A estranha paz que habita os corações vermelhos após uma vitória em Gre-Nal não dura muito, sabemos. As pessoas se cruzam com sorrisos, falam amenidades, acenam confiantes. Mas mal dá para comemorar e logo tem outra rodada, outro roer de unhas, outro tremer de pernas.
Dessa vez a nossa ansiedade atende pelo nome de Atlético Mineiro. O Beira-Hulse (já dá para chamar assim) deve estar lotado, com uma torcida inteiramente animada e confiante. É exatamente esse o momento em que o Inter precisa tomar um cuidado extra.
Na partida contra o Juventude, houve um excesso de soberba no ar que contaminou o ambiente do vestiário. O Inter parecia que iria vencer aquela partida de qualquer jeito e a qualquer tempo. A cereja no bolo da arrogância foi o pênalti mal batido por Robert Renan. Aquele tombo histórico colocou uma espada de desconfiança na cabeça de Eduardo Coudet, que só descansou após a vitória no Gre-Nal.
Não precisamos de nada disso. O Atlético Mineiro é um grande time e é preciso manter o mesmo nível de competitividade colocado nas últimas partidas. O cansaço vai bater, mas há cinco substituições a fazer. O Inter tem grupo e o futebol (agora) pragmático do treinador argentino pode levar o clube a coisas melhores nas competições.
E sim, vai chegar a hora de escolher onde dosar esforços. Mas ainda não é a hora.
Há uma overdose de Brasileirão no caminho vermelho: Criciúma, Fluminense e Vasco se avizinham. Fazer nove pontos nessas partidas seria incrível, e levaria o Inter a almejar grandes voos no campeonato.
Depois disso, há o Juventude pela Copa do Brasil, que rende grana e prestígio. E aí, o Rosário Central pela Sul-Americana. Quando esses jogos acontecerem, o Inter já terá uma boa dimensão do seu papel no Campeonato Brasileiro. Ou seja: no dia 8 de julho, o clube terá uma ideia do que deve priorizar.