O Inter lamentou os dois pontos deixados no Beira-Rio contra o Atlético-GO. Depois de uma arrancada de 100% no Brasileirão contra Bahia em casa e Palmeiras fora, os dois últimos jogos deram ao time apenas um ponto. Termina o dia na sexta posição com sete pontos em 12 disputados.
Tivesse conseguido mais três, estaria com a mesma pontuação do Botafogo, na liderança. Como não veio o resultado, o time ouviu vaias ao final da partida. Foi esse o estopim para Coudet despejar muitas frases fortes. Por exemplo:
— Não posso olhar para o lado e não mencionar um ambiente enraivecido que estamos vivendo. Estávamos a um gol de virar líderes. Escutei muitos insultos. Não sei se estamos pagando a eliminação do Estadual ou se foi alguma coisa da imprensa local, que me persegue. Talvez seja eu o problema. É um ambiente raro. Vínhamos de uma vitória importantíssima. E logo que começa o jogo, já escuto insultos sem parar.
Logo depois, elogiou a torcida e fez mais uma análise:
— Uma das razões que vim para cá é porque é um desafio ser campeão com esse clube. O Inter é também sua gente. Mas nesse clima, o Inter não vai ser campeão. Nem comigo nem com Guardiola. A realidade é que dependemos da torcida para ser campeão. É o reforço número 1 do clube.
Ele reconheceu que a falta de títulos tem contribuído para deixar o estádio mais carregado. E ampliou:
— Se faz sete anos que não ganha o Estadual, 14 que não ganha um torneio internacional e 45 sem um Brasileirão, não é com magia que vai ganhar. É com trabalho. Ou muita sorte. Acha que o Inter é um clube com sorte?
Mauricio foi um dos jogadores a sentir a hostilidade. Coudet confirmou que lhe deu a faixa de capitão como uma espécie de voto de confiança, reforçou que o jogador nunca pediu para sair do clube e que a direção rejeitou propostas de clubes brasileiros por ele.
Quarta-feira, o Inter recebe o Juventude pela Copa do Brasil. Será o reencontro com o adversário que o eliminou do Gauchão, e que, por consequência, deu o estopim desse ambiente.