Desde 1969, o 6 de abril tem um significado especial para o Inter. Há 55 anos, contrariando muitas expectativas, uma multidão de torcedores presenciava a inauguração do impossível. Com a força dos colorados, estava erguido um estádio onde antes era água.
O Beira-Rio foi um marco do crescimento vermelho. O salto que o clube precisava para dominar o RS, emendando oito títulos seguidos, um recorde que permanece até hoje, e ganhar o Brasil.
Mas esse texto não é sobre as cinco décadas e meia. É sobre os últimos 10 anos. Quando a casa colorada foi repaginada. Diminuiu em capacidade, aumentou em conforto.
O "novo" Beira-Rio começou auspicioso, com títulos gaúchos em seus primeiros anos, mas é preciso reconhecer que está carente. E sonha com o retorno dos dias gloriosos. Para marcar a data, lembramos 10 momentos desses 10 anos.
A festa de reinauguração
O Beira-Rio lotou para ver uma bela festa na reinauguração do estádio, que ficou fechado durante todo 2013 (mas que desde 2011 convivia com obras). Em uma apresentação que misturou música, dança, futebol e cultura, emocionou 50 mil torcedores. No dia seguinte, comandado por D'Alessandro, o Inter venceu o Peñarol por 2 a 1.
A Copa do Mundo
Pela segunda vez uma casa do Inter sediava uma Copa do Mundo. Depois das partidas de 1950, nos Eucaliptos, agora cabia ao Beira-Rio. Nas cinco partidas que sediou, o estádio viu Benzema, Pogba e Griezmann, Robben, Van Persie e Sneijder desfilarem. E verdadeiros shows de Messi e Neuer. Os campeões e vices daquele Mundial estiveram entre nós.
O primeiro Gre-Nal
Era o Dia dos Pais. Pela 14ª rodada do Brasileirão, Inter e Grêmio faziam o primeiro clássico do estádio pós-reforma. Aránguiz e Cláudio Winck marcaram os gols do 2 a 0 colorado no Gre-Nal que colocou frente a frente Abel Braga e Luiz Felipe Scolari, que reestreava pelo Grêmio depois do 7 a 1.
Estátua de Fernandão
Um dos capítulos mais tristes da história colorada foi, também, o de demonstração de união entre os torcedores. Em 7 de junho, o Brasil acordou com a notícia da morte trágica de Fernandão. Uma multidão se deslocou ao Beira-Rio para prestar homenagens. O memorial acabou destruído. Mas no final daquele ano, foi inaugurada a estátua em homenagem ao capitão do mundo.
O primeiro título
Como o Gauchão de 2014 foi decidido em Caxias do Sul, a primeira final do novo Beira-Rio ocorreu no ano seguinte. Um Gre-Nal apontaria o campeão de 2015. Com um início avassalador e gols de Nilmar e Valdivia, o Inter de Diego Aguirre venceu o Grêmio de Felipão por 2 a 1 e conquistou o penta do Estadual.
O último título
O hexa foi, também, o último título estadual colorado. Depois de vencer o Juventude por 1 a 0 fora de casa, a confirmação veio com goleada: 3 a 0 na partida de volta, no Beira-Rio. Na comemoração, Sasha imitou uma dança de valsa, em alusão aos então 15 anos do Grêmio sem conquistas relevantes.
Um Beatle
Ele já conhecia o Beira-Rio. Em 2010, Sir Paul McCartney havia feito uma apresentação apoteótica no estádio colorado. Sete anos depois, encontrou a casa reformada. E não menos empolgada para outro show espetacular.
Os Rolling Stones
Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts e Ronnie Wood levaram 50 mil pessoas ao delírio mesmo debaixo de chuva no Beira-Rio. O público fez, segundo os críticos musicais, daquele o melhor show da turnê dos Rolling Stones no Brasil.
O maior público
Pelas oitavas de final da Libertadores de 2023, o Beira-Rio viveu uma noite mágica. Depois de um show da torcida nas Ruas de Fogo, o estádio recebeu seu maior público. Precisamente 50.479 pessoas viram o Inter vencer o River Plate por 2 a 1 no tempo normal e por intermináveis 9 a 8 nos pênaltis.
A maior decepção
Futebol também é derrota. E a maior de todas elas foi a final da Copa do Brasil de 2019. O Inter havia perdido o jogo de ida para o Athletico-PR por 1 a 0 e tinha esperança de dar a volta em casa. Com 50 mil pessoas do lado de dentro outras tantas mil fora, porém, o Colorado levou 2 a 1 e ficou com o vice.