— Tem uma eleição no caminho, e só vamos falar do futuro depois dessa eleição. O que vai acontecer depois ninguém sabe.
A declaração do técnico Eduardo Coudet após a vitória sobre o Bragantino, no domingo (26), escancara o ambiente de indefinição que existe no Inter em relação ao futuro da comissão técnica para 2024. Mesmo que os dois candidatos já tenham revelado publicamente o desejo de manter o treinador, o próprio argentino transformou sua renovação em "assunto proibido" no Beira-Rio, se esquivando do tema nas entrevistas e, consequentemente, esfriando o debate eleitoral sobre seu nome.
Conforme apurado por GZH, Coudet segue como nome favorito das duas chapas. Nos bastidores, os dois candidatos acreditam que o argentino aceitará proposta de renovação sem maiores dificuldades. Contudo, pelo desejo do próprio técnico de postergar as conversas e pela situação claudicante da equipe na tabela do Brasileirão, o assunto perdeu força no ambiente eleitoral nas últimas semanas.
A situação já foi diferente. Logo após a vitória colorada no Gre-Nal do dia 8 de outubro, por exemplo, tanto o atual presidente e candidato a reeleição Alessandro Barcellos quanto o ex-vice de futebol e candidato de oposição Roberto Melo afirmaram de forma categórica que Coudet é o nome preferencial.
— O Coudet é o nosso treinador. Estamos muito satisfeitos com o seu trabalho e temos uma relação e uma proximidade que não são de agora. Além disso, o Coudet tem a cara do Inter, que nós gostamos de ver jogar. Tudo que pudermos fazer para a manutenção do Coudet será feito — disse Barcellos a GZH, no dia 10 de outubro.
Melo, à época, seguiu no mesmo caminho:
— Eu gosto muito do trabalho do Coudet, tanto que o contratei (em 2019). Ele vem fazendo um bom trabalho, e mudar de treinador sempre pode ser algo traumático. Quando possível, a manutenção sempre é benéfica — disse o candidato oposicionista, na mesma data.
Entre o final de outubro e o decorrer de novembro, porém, o assunto Coudet deixou de ser um tema frequente nas manifestações dos dois presidenciáveis. Além de as duas chapas terem optado por respeitar a decisão do treinador de só discutir o assunto após a eleição, o desafio colorado de eliminar matematicamente o risco de rebaixamento acabou freando o debate sobre um tema com reflexo direto no ambiente do vestiário.
Contudo, Coudet ainda é o favorito para comandar o Inter em 2024, tanto pela admiração que os dois candidatos têm pelo treinador, quanto pela crença de ambos de que uma eventual mudança na comissão técnica atrasaria a montagem do grupo para a próxima temporada. Soma-se a isso ainda o fato de o mercado apresentar poucas opções viáveis no momento.
Nas próximas duas semanas, com a proximidade do pleito e com novos desdobramentos a partir do rendimento do Inter dentro de campo, é possível que Coudet volte aos debates eleitorais. Sobretudo agora que o time atingiu o "número mágico" de 46 pontos e afastou, ao menos de forma virtual, o risco de rebaixamento.