Antes de golear o Santos no domingo (22), a última vez que o Inter havia aplicado os simbólicos 7 a 1 foi há 59 anos. O Brasil e o mundo eram outros quando, em 8 de fevereiro de 1964, o amistoso contra o Floriano, no Estádio dos Eucaliptos, terminou com o mesmo placar a favor dos colorados.
Naquela ocasião, o presidente João Goulart vivia suas últimas semanas no poder antes de ser deposto pelo golpe militar, e o mundo estava dividido entre americanos e soviéticos na Guerra Fria. A época também já apontava para fatos marcantes no futuro do Inter: menos de um ano antes, fora lançada a pedra fundamental do Estádio Beira-Rio, que substituiu os Eucaliptos.
Os gols da partida contra o Floriano (atual Novo Hamburgo) foram marcados por Hélio, Sapiranga, duas vezes, Flávio Minuano, três vezes, e Hélio Oliveira, contra. Naquela temporada, o Inter conquistou mais dois títulos: a Taça Leonel Brizola (então governador do Estado), em dois jogos contra o Penãrol, do Uruguai, e o Torneio Quadrangular Porto Alegre - Pelotas. Em 1964, o Inter ficou com o vice-campeonato do Gauchão. Perdeu o último jogo para o Grêmio, na final, por 3 a 0.
Jogos oficiais
Em jogos oficiais, no entanto, o 7 a 1 há havia sido protagonizado pelo Inter três anos antes, em duas oportunidades. Contra o Juventude e o Riograndense, de Rio Grande, no Gauchão de 1961. Diante do time da Serra, os gols colorados foram de Alfeu, quatro vezes, Sérgio Lopes, Flávio e Gilberto Andrade. Já diante do Rio Grande, Alfeu, três vezes, Sapiranga, Flávio, Osvaldinho e Cláudio Danni foram os responsáveis por fazer a história.
As goleadas deram sorte. Diferentemente de 1964, o Inter conquistou o Estadual com a equipe que tinha como base a escalação com Silveira, Zangão, Ary Ercílio, Kim e Ezequial; Sérgio Lopes, Sapiranga; Alfeu, Paulo Vecchio, Osvaldinho e Gilberto Andrade. O treinador era Sério Moacir Torres.
No primeiro ano da década de 1960, o Inter também participou do Torneio Festa da Uva, com Juventude e Flamengo de Caxias do Sul (atual Caxias). Os representantes da Capital não foram campeões.
Era moderna
Além da goleada em si, os números 7 e 1 tornaram-se ainda maiores por conta da goleada sofrida pela Seleção Brasileira contra a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo de 2014. Se deixarmos de lado o "fantasma" de 2014 e rememorarmos somente a quantidade de gols, a oportunidade mais recente na qual o Inter venceu por seis gols de diferença foi em 2015.
A partida foi contra o Vasco, pelo Brasileirão de 2015, no novo Beira-rio. Resultado: 6 a 0. Os donos da casa entraram em campo com Muriel; William, Paulão, Ernando e Geferson; Rodrigo Dourado, Nilton, Alex e Valdívia; Eduardo Sasha e Vitinho. Ainda entraram no time de Argel Fuchs: Anderson, Rafael Moura e Lisandro López.
Foram esses atletas que aplicaram 6 a 0 no cariocas de Jorgi, Serginho (Bruno Ferreira), Rodrigo, Luan e Christiano; Guiñazu, Julio dos Santos, Andrezinho (Riascos) e Nenê; Jorge Henrique e Rafael Silva (Lucas). O Vasco era comandado por Jorginho, ex-lateral da seleção.
Os gols do jogo foram de Ernando, Sasha, Lisandro, duas vezes, Valdívia e Nílton. Para os gaúchos, os efeitos do placar elástico ficaram naquele 2 de setembro de 2015. O Inter terminou com a quinta posição no Brasileirão de 2015 e não levou nem mesmo uma vaga para a Libertadores. Já para o Vasco, o 7 a 1 foi um empurrão para o rebaixamento à Série B.