O Inter iniciou seu período de oito dias de treinamentos durante a parada da data Fifa visando aos retornos do Campeonato Brasileiro e da Libertadores. Os dias trarão para Eduardo Coudet o desafio de evoluir questões coletivas do time sem contar com algumas peças importantes do elenco.
Estarão ausentes dos treinos o goleiro Sergio Rochet, o volante Aránguiz, o meia Mauricio e o atacante Enner Valencia, convocados para defender as seleções de Chile, Equador, Uruguai e sub-23 do Brasil. Vitão, Johnny e Pedro Henrique estão no departamento médico.
Ainda que tenha como ponto alto a colocação entre os quatro melhores times da América com o avanço na Libertadores, o Inter tem sofrido no Brasileirão. A sequência de 10 jogos sem vencer mostra que há necessidade de melhoras. GZH aponta quatro questões que Chacho precisará resolver nos período sem jogos.
Consolidar o sistema defensivo
O primeiro semestre turbulento do Inter com eliminações precoces no Gauchão e na Copa do Brasil teve uma queda no desempenho defensivo em relação a 2022 sob o comando de Mano Menezes. O Colorado chegou a ter duas sequências de sete jogos sendo vazado por ser adversários. Pois no empate com o Goiás, o time chegou ao quarto jogo seguido sem sofrer gol, sua melhor sequência na temporada.
O período consistiu com jogos de características diferentes. Contra Bolívar, na altitude de La Paz, e diante do Flamengo, no Maracanã, o Inter foi pressionado por seus rivais tendo os goleiros Rochet e Keiller como destaques. Já na vitória sobre os bolivianos, no Beira-Rio, e no empate em Goiânia, a equipe se mostrou mais consistente. No sábado, por exemplo, o Goiás finalizou apenas duas vezes no gol de Rochet. Esse bom desempenho ainda foi conquistado sem a presença de Vitão, titular absoluto da zaga nos últimos dois jogos, quando Hugo Mallo acompanhou Mercado no miolo defensivo.
Melhor a produção ofensiva
Se na defesa o objetivo é manter o bom desempenho dos últimos jogos, ofensivamente o desafio para Eduardo Coudet é maior. Os dias de treinamentos serão importantes para o argentino aprimorar a mecânica ofensiva da equipe. Isso se torna ainda mais desafiante pelo fato de que o treinador não contará com alguns dos seus principais jogadores do meio para frente nas atividades. Johnny, Aránguiz, Mauricio e Valencia são quatro dos seis habituais titulares do meio para frente e não estão à disposição.
Além disso, Pedro Henrique, que costuma entrar tanto como atacante ou na linha de três homens do 4-1-3-2 do treinador, está no departamento médico. Ou seja, Coudet precisará aprimorar uma mecânica ofensiva com jogadores que não têm atuado regularmente e que deverão ser titulares diante do São Paulo. Depois ainda faltarão duas semanas para o jogo de ida da semifinal da Libertadores contra o Fluminense, em 27 de setembro. Entre os compromissos com os tricolores paulista e carioca, o Colorado tem no seu calendário a partida contra o o Athletico-PR, em Curitiba, pelo Brasileirão.
— É o quarto jogo sem tomar gol. Tem que sustentar, mas temos que gerar mais à frente e fazer mais gols. Todo o time tem responsabilidade de fazer. Precisamos criar mais — admitiu Coudet após o empate com o Goiás.
Aprimorar a parte física
A questão física é um assunto que domina ambiente do CT Parque Gigante ao longo deste ano. Não por acaso, o preparador Jean Carlo Lourenço foi demitido no mês de maio em meio a uma sequência de cinco derrotas da equipe de Mano Menezes. O elenco profissional ficou três semana tendo as atividades físicas comandas pelo interino João Goulart até o anúncio de Flávio de Oliveira, que trabalhou no Inter em 2022, mas havia saído para o Corinthians.
Em 19 de julho, menos de dois meses após a chegada de Oliveira, o Inter demitiu o técnico Mano Menezes e contratou Eduardo Coudet, que trouxe seu preparador de confiança, o também Octavio Manera, o que representa uma terceira mudança na metologia. A parte física é determinante dentro do modelo de jogo de Eduardo Coudet, que consiste em marcar alto para tentar pressionar a saída de bola do adversário.
Reforçar conceitos táticos
Coudet estreou pelo Inter no empate por 0 a 0 com o Bragantino, em 23 de julho. Desde aquele jogo até o placar também sem gols com o Goiás, no sábado, foram realizadas 11 partidas em 41 dias, o que dá uma média um jogo a cada de 3,7 dias. Como o período ainda teve viagens, como a longa para La Paz para enfrentar o Bolívar, e há sempre a necessidade de trabalhos leves nas vésperas e nos dias posteriores aos jogos Eduardo Coudet teve contra si o tempo de preparação.
Essa parada para a data Fifa permite intensificar a preparação de todo o elenco já que ele deverá seguir rodando a equipe no Brasileirão para priorizar a Libertadores. Por conta disso, o planejamento da comissão técnica prevê alternar trabalhos técnicos e físicos. Inicialmente, haverá uma carga maior física para recuperar o que são considerados “aspectos perdidos" na primeira parte do ano para na sequência haver um aprofundamento tático.