Depois da decepcionante derrota para o Cuiabá, o Inter terá seu principal desafio para a sequência da temporada. Nesta terça-feira (1º), às 21h, o Colorado irá ao Monumental de Núnez enfrentar um River Plate recentemente campeão argentino e que ganhou variações ofensivas nas últimas semanas. A equipe treinada por Martín Demichelis chega para o mata-mata da Libertadores após um semestre de domínio em seu país.
Disputado em 27 rodadas, o Campeonato Argentino terminou no final de semana com River tendo somado 61 pontos, onze a mais que o vice-campeão Talleres. Por um ponto, o Millonario não alcançou um recorde do Boca Juniors de 2011, que foi campeão com 12 pontos de vantagem para o segundo colocado.
Além da pontuação, o River também liderou os índices de gols a favor, posse de bola, passes certos, finalizações e chutes certos. Teve ainda a segunda melhor defesa, com 20 gols, atrás apenas do San Lorenzo, que levou 13.
No Monumental, palco do jogo desta terça, o River vem de 14 vitórias seguidas — 11 pelo torneio nacional e três pela Libertadores. A última e única derrota do ano em casa aconteceu em 26 de fevereiro, para o Arsenal de Sarandí, apenas quinto jogo oficial de Demichelis no comando da equipe.
Desde então, o treinador fez ajustes no time. Passou a montar o River de forma mais parecida com a de seu antecessor, Marcelo Gallardo. De um ataque mais posicional, o River agora tem uma equipe que roda muito sua movimentação no setor ofensivo. Em vez das movimentações em razão dos setores do campo, os jogadores do River agora se movem em função do posicionamento da bola.
O time parte de um sistema 4-2-3-1, mas com grande rotação entre os homens que atuam por trás do centroavante, o volante Rodrigo Aliendro, os meias Nacho Fernández e De La Cruz e o atacante Barco. O volante Enzo Pérez é quem mantém um posicionamento mais fixo na proteção dos zagueiros enquanto os laterais Casco e Enzo Díaz avançam constantemente pelos lados.
Pablo Solari vira alternativa
Já campeão, o River ganhou nas últimas rodadas do Argentino a ascensão de Pablo Solari. O atacante contratado do Colo Colo ainda na era Marcelo Gallardo, em 2022, aproveitou as oportunidades dadas por Demichelis. Ele anotou dois gols e deu uma assistência no empate por 3 a 3 com o Rosario Central, quando o River atuou com time reserva, e deu a assistência para Beltrán abrir o placar na vitória de 2 a 1 sobre o Racing, na última sexta-feira.
As boas atuações recentes de Solari geram a dúvida na escalação do River. O atacante pode aparecer no lugar de Nacho Fernández. Ainda que o sistema tático seja mantido, o entrada do atacante por um meia muda a dinâmica ofensiva do River.
Contra o Racing, Solari se posicionou na fase ofensiva na mesma linha do centroavante Beltrán, mas aberto pelo lado direito, o que fez De La Cruz ocupar o posicionamento que normalmente é de Nacho Fernández. Com Solari adiantado pelo lado direito, Casco deixa de ser um lateral que dá amplitude e aparece para criar por dentro, por trás dos meias.
Independente da formação, a ideia de Demichelis visa ocupar o campo de adversário com muitos jogadores e tentar recuperar a bola assim que a posse é perdida. É uma forma de pensar futebol semelhante a de Eduardo Coudet.
O técnico do River, porém, tem a vantagem de ter iniciado o trabalho ainda no ano passado, com a pré-temporada durante a disputa da Copa do Mundo e já ter comandado o seu time em 35 compromissos. Já Chacho irá para a partida desta terça-feira sem ter completado duas semanas de seu retorno ao Beira-Rio e com apenas dois jogos disputados. Além do bom momento, o tempo é um ponto a favor do River para o duelo de oitavas de final da Libertadores.
Números do River no Campeonato Argentino
- Campeão: 61 pontos (75,3% de aproveitamento) - 11 a mais que o vice Talleres
- Melhor ataque: 50 gols
- Segunda melhor defesa: 20 gols sofridos
- Maior média de posse de bola: 63,9%
- Maior média de passes certos: 448 por jogo
- Maior média de finalizações: 16,4 por jogo
- Maior média de finalizações no alvo: 5,9 por jogo