O empate em 2 a 2 com o Corinthians, pelo Brasileirão, buscado a fórceps nos últimos instantes, com direito a briga entre Enner Valencia, Luiz Adriano e Magrão, deu sinais a Eduardo Coudet visando a decisão de terça-feira, contra o River Plate, pela Libertadores. Entre o descanso da maioria dos titulares e as respostas de quem entrou, o treinador mais ganhou do que perdeu opções para o confronto das oitavas de final. Inclusive a forma como foi obtida a igualdade pode ser um combustível extra, caso algum colorado ainda precise.
Dá para escolher, há boas e más notícias. Ou até analisar os fatos como positivos ou negativos. A discussão áspera entre Luiz Adriano e Valencia, que culminou com um empurrão do equatoriano no gerente esportivo Magrão, é um exemplo. Claramente é uma insubordinação. Mas todos os entrevistados após a partida trataram de pôr panos quentes.
Para ficar ainda do lado negativo, o Inter chegará para enfrentar o River em uma série de sete jogos sem vitória. A defesa levou dois gols pela terceira vez seguida, são seis em quatro partidas de Coudet. A má fase de De Pena aumentou. Além de uma atuação criticada, o uruguaio foi expulso a poucos minutos do fim. Coudet falou sobre isso:
— Estávamos para ganhar o jogo. Temos de ganhar. Eu sei onde estou e temos de ganhar. Como vamos melhorar? Com trabalho. Preciso de tempo, mas não tenho.
Apesar desses poucos dias à frente do Inter e de não ter vencido ainda, o técnico não baixa a guarda. Pelo contrário: trata sempre de manter o otimismo lá em cima. Elogia os jogadores, agradece o grupo, tenta "pilhar" a torcida.
Dos aspectos positivos, as excelentes respostas de Gabriel, Bruno Henrique, Mauricio e Pedro Henrique. Os quatro que vinham de bastante tempo parados foram titulares e deram qualidade ao time. Todos são candidatos a ser titulares na terça-feira, especialmente Mauricio e Pedro Henrique. O estilo da equipe também mereceu menção do técnico, que entende que o grupo está dando a resposta desejada, mesmo que o resultado ainda não tenha aparecido:
— Sinto que estamos jogando de um jeito que eu quero jogar. Ser protagonista e tentar pressionar na frente. Temos muitas coisas positivas com os jogadores que não vinham tendo minutagem.
O fato de o Inter ter buscado o resultado no último lance do jogo também foi tratado como uma evolução. Ao passo que Coudet considerou que pode ter sido uma virada na sorte da equipe, Gabriel falou na determinação da equipe para não aceitar a derrota:
— A força mental do grupo foi importante. Quando estávamos bem, tomamos o gol, mas buscamos o empate. É um ponto importante.
Enfim, agora chegou a hora da decisão. Nesta segunda-feira, o Inter fará o último treino antes de enfrentar o River Plate. Todos os ingressos foram vendidos, e a expectativa é de cerca de 50 mil pessoas no Beira-Rio. Coudet disse que está ansioso, os jogadores falaram que estão esperando o dia, a torcida nem se fala. Resta ver se o time vai transformar esse ambiente todo em positividade para seguir adiante na Libertadores.