Taison ainda não se conformou com a forma como foi colocado como o líder de uma greve do elenco do Inter, no ano passado, e afirmou ter se decepcionado pela falta de apoio dos demais atletas do elenco colorado naquele momento. Atualmente no PAOK, da Grécia, o meia-atacante foi o convidado do último Paredão do Guerrinha, quando citou arrependimentos e revelou bastidores da saída do Beira-Rio.
Questionado sobre como foi seu retorno ao Inter, Taison destacou seus momentos na primeira temporada, porém frisou que problemas pessoais lhe prejudicaram no último ano.
— Em 2021, tive a oportunidade de jogar e fui muito feliz. Não tinha um elenco tão forte como o atual, não fizemos um bom Brasileiro e saímos de competições importantes, mas foi muito importante para mim, pois se tratou da minha volta — disse Taison, que completou:
— Mas 2022 não foi bom para mim. Não consegui jogar, tive problemas familiares que guardei para mim, e as pessoas não estavam sabendo disso. Perdi meu irmão e meu pai. Depois que o Cacique foi embora, virei reserva. Surgiram os comentários, pois eu estava ganhando tanto e não jogava, o que me magoou muito.
Líder da greve?
Em junho de 2022, em razão de atraso de pagamento de direitos de imagem, um treinamento do Inter foi adiado e só ocorreu após negociação dos jogadores com a direção. Capitão do time, ele negou que tenha liderado o movimento, embora tenha recebido críticas por isso.
— O povo da internet fala que eu fui líder das coisas que aconteceram. Deito minha cabeça no travesseiro e sei que não fiz aquilo que as pessoas falam. Mas, infelizmente, eu que tomei a culpa. Fiquei também chateado pois nenhum jogador chegou em entrevista para dizer que não fui eu quem liderei aquilo. E eu falei isso para eles. Também algumas palavras que são colocadas na imprensa podem atrapalhar o ser humano.
Saída para o PAOK e arrependimento
Taison rescindiu contrato com o Inter em 7 de janeiro. Naquela noite, participou de uma transmissão ao vivo na plataforma Twitch e chutou o balde contra a direção colorada, dizendo que não gostaria de ver o presidente Alessandro Barcellos "nem pintado de ouro". Uma semana depois, foi anunciado pelo PAOK.
— No começo do ano, fiz a pré-temporada e fiquei sabendo que não faria parte do elenco. Disse para o presidente que não me importava de baixar o salário. Mas aí me disseram que eu não iria ter minutos em campo. E por isso eu não poderia ficar me humilhando, foi quando concluí que chegou a hora de ir embora — comentou Taison, que também destacou:
— Depois de um tempo, eu pensei e entendi que não deveria ter falado o que eu falei. Agi com emoção, falei sem pensar, principalmente da forma como eu falei.
Aposentadoria
Taison tem contrato com o PAOK até junho de 2024, quando terá 36 anos. Na entrevista, ele afirmou que ainda não tem planos para o futuro imediato, exceto a certeza de que irá morar em Pelotas quando parar de jogar. Entretanto, revelou que pretende se aposentar no Inter, assim como o amigo D'Alessandro.
— Eu quero muito voltar ao Inter e encerrar minha carreira da maneira que o D'Alessandro encerrou. Tenho também o sonho de jogar no Brasil de Pelotas, sim, mas principalmente poder acabar como foi com o D'Ale no Inter — explicou Taison.
O "Paredão do Guerrinha" pode ser acessado pelas principais plataformas de áudio, como Spotify e SoundCloud, além do site e app GZH. O podcast tem episódio novo todo sábado.