Causou um misto de indignação e surpresa a notícia divulgada pela Revista Veja sobre a alusão ao nome do volante Gabriel, do Inter, entre os possíveis envolvidos no esquema de manipulação de resultados com o objetivo de ganhos financeiros em apostas esportivas. O jogador aparece em uma das conversas interceptadas pelo Ministério Público de Goiás durante as investigações da Operação Penalidade Máxima. No Inter, há convicção da inocência do atleta.
O caso já havia chegado ao Beira-Rio por volta de um mês atrás. Em uma das conversas a que o clube teve acesso, aparecia Gabriel. Dirigentes e funcionários consultaram o jogador, que na época estava no Catar, finalizando a recuperação física. O volante se mostrou perplexo. Segundo ele, nem sequer foi procurado para participar de alguma movimentação. O caso é diferente do que viveu Mauricio, por exemplo, que admitiu ter recebido contato de golpistas, mas provou que não aceitou o acordo. Gabriel garante que nem isso ocorreu.
Em determinado momento, ficou preocupado porque não sabia nem mesmo como provar sua inocência. Não haveria nem conversas nem ligações nem movimentações bancárias que pudessem colaborar. No fim, foi instruído de que ficasse tranquilo porque não seria denunciado.
De fato, Gabriel não está na lista do MP. Seu nome é um dos tantos que aparecem nas conversas dos manipuladores. em diálogos que teriam ocorrido em 8 de setembro de 2022. No print, divulgado pela Veja, ele aparece como um participante considerado "confirmado" pelos golpistas. Na mensagem, há a sinalização pagamento de um sinal de R$ 20 mil. Não há mais detalhes sobre a citação ao atleta colorado, nem qual seria a ação que deveria ser realizada dentro de campo.
Gabriel não levou nenhum cartão em todo o mês de agosto. Suas únicas advertências no Brasileirão (competição em que operava a quadrilha) foram em 10 de abril e em 24 de julho. Suspeita-se que alguns jogadores apareçam como uma espécie de "credibilidade" aos atos ilegais.
O MP ofereceu a terceira denúncia proveniente da Operação Penalidade Máxima, com sete jogadores: Dadá Belmonte, do América-MG; Alef Manga, do Coritiba, Igor Carius, do Sport; Jesús Trindade, ex-Coritiba; Pedrinho, ex-Athetico-PR; Sidcley, ex-Cuiabá; e Thonny Anderson, ex-Coritiba.