A volta do Inter ao Brasileirão teve um roteiro semelhante ao que já ocorreu outras tantas vezes na temporada. Trinta minutos de superioridade, quedas física e de rendimento, resistência e torcida pelo fim do jogo. Na Vila Belmiro, um gol cedo de Luiz Adriano até deu esperanças, mas o Inter cedeu o empate ao Santos e ficou no 1 a 1 pela nona rodada do Brasileirão. Com o resultado, a equipe deve terminar o final de semana na 13ª posição, com 11 pontos. Só perde esse lugar se o Cuiabá vencer o Coritiba, fora de casa, por dois ou mais gols de diferença.
Mano Menezes devolveu Rômulo aos titulares, agora no meio-campo. Ele formou um quarteto com De Pena, Johnny e Alan Patrick. À frente deles, Wanderson e Luiz Adriano. Atrás, Bustos voltou à equipe, bem como Vitão. Nico Hernández, que está suspenso na Libertadores, foi o zagueiro pela esquerda, com Renê completando o setor. No gol, vale lembrar, Keiller atuou porque John está emprestado pelo Santos, e a multa para jogar contra o detentor de seus direitos era de R$ 1 milhão. Odair Hellmann não apresentou surpresas em sua equipe, e colocou um trio ofensivo com Mendoza, Deivid Washington e Soteldo.
Quando a bola rolou, a verdade é que o jogo praticamente começou 1 a 0. Antes do segundo minuto, o rebote de uma cobrança de escanteio voltou para a área com passe de Nico Hernández. Esperto, Luiz Adriano dominou e teve calma para tirar João Paulo do lance. Inicialmente, o lance foi anulado por impedimento, mas a revisão deixou clara a condição legal do centroavante colorado.
O problema é que a vantagem durou 10 minutos. Aos 11, Johnny cometeu uma falta dentro da meia-lua, a um metro da área. Lucas Lima bateu no lado esquerdo, o oposto à barreira, que deveria ser responsabilidade do goleiro. Mas Keiller não alcançou: 1 a 1.
O Inter respondeu imediatamente. Em uma trama que começou com Nico Hernández, e envolveu Wanderson, Johnny e Alan Patrick, Luiz Adriano estava novamente atento ao receber do meia convocado para a seleção dos EUA. O chute do camisa 9, porém, saiu a centímetros da trave.
O domínio na primeira meia hora foi do Inter. Seja com ataques montados com toques de pé em pé ou em contragolpes a partir da recuperação de bola, eram os colorados quem mandavam no jogo. Chances, porém, foram escassas. Na melhor, Alan Patrick recuperou a bola na entrada da área e bateu, mas o chute saiu fraco, nas mãos de João Paulo.
Pelo cenário, noite do Inter pode ser considerada positiva
CONFIRA NA COLUNA
O Santos levou 39 minutos até chutar de novo. Em erro de passe colorado no meio do campo, Deivid Washington arrancou para o contra-ataque. Ele serviu Mendoza, mas o passe foi forte. Keiller abafou a conclusão. Mas essa situação foi o sinal de que a partida tinha um novo cenário.
Mais equilibrado, o time da casa passou a incomodar. E causou bastante perigo em dois lances de bola parada no último minuto da etapa inicial. Primeiro, Soteldo cobrou falta por cima da barreira e Keiller voou para espalmar. Depois, na cobrança de escanteio, Messias cabeceou para baixo e o goleiro colorado defendeu na dividida com Mendoza.
O Santos voltou com o centroavante Bruno Mezenga para o segundo tempo, o que significaria ter mais imposição física e menos velocidade do que o substituído Deivid Washington.
Já no começo, Lucas Lima assustou Keiller em mais uma cobrança de falta do lado oposto ao da barreira. Desta vez, porém, a bola foi por cima. Bruno Mezenga, de letra, também esteve perto de marcar, para fora. O Inter foi responder em uma cabeçada de Rômulo, em cobrança de escanteio, defesa tranquila de João Paulo.
Aos 12, Mano fez a primeira troca: saiu De Pena, entrou Jean Dias. Com isso, Johnny baixou para ser volante com Rômulo, e Jean formou um trio ofensivo à frente com Alan Patrick e Wanderson. Aos 17, o Santos tramou bem pela direita com Soteldo e Nathan, que cruzou para Dodi, mas sua conclusão foi para fora.
O filme do preparo físico se repetiu. O Inter não tinha forças para repetir a marcação do primeiro tempo. E aos 26, Mano fez duas trocas: saíram Wanderson e Luiz Adriano, entraram Lucca e Thauan Lara. O jovem lateral de origem foi para a segunda linha. Oito minutos depois, vieram as últimas trocas: Matheus Dias e Igor Gomes nos lugares de Vitão e Johnny.
Em uma falta, aos 39, mais um perigo. Soteldo cobrou por cima da barreira e a bola morreu em cima do travessão. Aos 42, Gabriel ganhou uma dividida na entrada da área e bateu rasteiro. Keiller pegou.
Como em praticamente todo o segundo tempo, o Inter esperava pelo erro do Santos que daria a chance de contragolpear e ganhar o jogo na Vila. A especulação não deu resultado. O time que ficaria satisfeito com o empate, de fato, empatou.
Brasileirão — 9ª rodada — 3/6/2023
Santos 1x1 Inter
Santos
João Paulo; Nathan (Lucas Pires, 34'/2ºT), Joaquim, Messias e Gabriel Inocêncio; Alison (Rodrigo Fernández, 12'/2ºT), Dodi (Daniel Ruiz, 45'/2ºT) e Lucas Lima; Mendonza (Ângelo, 34'/2ºT), Deivid Washington (Bruno Mezenga, int) e Soteldo. Técnico: Odair Hellmann.
Inter
Keiller; Bustos, Vitão (Igor Gomes, 34'/2ºT), Nico Hernández e Renê; Rômulo, Johnny (Matheus Dias, 34'/2ºT), De Pena (Jean Dias, 12'/2ºT) e Alan Patrick; Wanderson (Thauan Lara, 26'/2ºT) e Luiz Adriano (Lucca, 26'/2ºT). Técnico: Mano Menezes.
Gols: Luiz Adriano a 1, Lucas Lima aos 11 minutos do primeiro tempo
Cartões amarelos: Joaquim, Rodrigo Fernández; Johnny, Alan Patrick, Jean Dias, Nico Hernández
Local: Vila Belmiro, Santos
Público: 9.600
Renda: R$ 489.597,50
Arbitragem: Paulo Cesar Zanovelli da Silva (FIFA-MG), auxiliado por Victor Hugo Imazu dos Santos (PR) e Marcyano da Silva Vicente (MG). VAR: Rodrigo Nunes de Sá (FIFA-RJ)
Próximo jogo
Libertadores — 5ª rodada
7/6/2023 — 19h
Nacional-URU x Inter