A festa de recepção a Enner Valencia movimentou duas torcidas em Porto Alegre: os colorados, é claro, e os equatorianos. A multidão que tomou conta do Gigantinho vestiu vermelho, branco e amarelo.
As centenas de máscaras do novo contratado do Inter se misturaram a um povo que rumou ao ginásio munido de 2 kg de alimentos não-perecíveis, trocados por ingressos para o show promovido pelo clube.
Antes mesmo do começo da festa, era possível ver um movimento acima do normal tanto na Avenida Beira-Rio quanto na Padre Cacique. Não é o que será visto na quarta-feira, quando o Inter decide seu futuro na Libertadores, também às 19h, contra o Independiente Medellín. Mas era como se fosse jogo.
Jogo internacional, aliás. Vestindo a camisa do Equador, a médica Estefani Vayas se sentiu em casa. Ela mora em Porto Alegre há um ano e meio, estuda cardiologia. E até esta segunda-feira, não torcia para ninguém no Brasil:
— Agora sou colorada.
O maior ídolo da geração equatoriana também movimentou a família consular equatoriana. O cônsul honorário do Equador em Porto Alegre, Fernando Quintana, levou a esposa, Emerita, o filho, Eduardo, e a nora, Mara Paola Marchand, para recepcionar o mais ilustre cidadão do país na capital gaúcha.
— Espero que ele atinja nossas expectativas. Essa recepção vai dar força e tranquilidade para que Enner se adapte bem a Porto Alegre — declarou.
Claro que não eram só os equatorianos a fazer festa. Havia gaúchos — e quantos. Mas muitos deles tentando uma aproximação com um dos dois países sul-americanos que não fazem fronteira com o Brasil. Como Angelo Marques, estudante de 18 anos do colégio João Paulo I. Ele desenhou uma bandeira do Equador e colou na camisa, como esses patches usados antes de cada partida.
— Foi a emoção da contratação. Desde a confirmação, já tinha essa ideia. Quero que ele saiba que esse pedaço do país vai ser uma extensão do Equador.
Como o Gigantinho foi.