Convocado recentemente pela seleção da Venezuela e uma das promessas do futebol local, o jovem zagueiro do Metropolitanos, Andrés Ferro, lida desde o início da carreira com uma pressão particular. O defensor de 22 anos é filho do dono do clube, o empresário Juan Carlos Ferro. O garoto é um dos trunfos do time venezuelano para o jogo contra o Inter, nesta quinta-feira (25), pela Libertadores.
— Andrés está comigo desde o início do projeto. Tem uma boa experiência pelas seleções de base e muito potencial, embora ainda possa melhorar na parte muscular. Mas ele está tendo uma evolução muito rápida. Para muitos, ele ganhou projeção por ser filho do dono do clube, mas a verdade é que ele joga e sempre jogou por sua qualidade e talento. Graças a Deus, Juan Carlos (Ferro) é muito estável emocionalmente em relação a todas as decisões que envolvem o seu filho. Nunca tivemos divergências e nunca vivi aqui no clube qualquer situação em que não pudesse escalar quem eu quero. Sou o responsável pelas escolhas, e o presidente sempre me deu confiança para fazer o meu trabalho — afirmou a GZH o técnico José Maria Morr.
Foi a trajetória de Andrés como atleta nas categorias de base que aproximou Juan Carlos do ramo do futebol e lhe motivou a comprar a franquia do Deportivo Lara e fundar o Metropolitanos. E o sucesso foi meteórico. Em apenas 11 anos de história, o clube conquistou vaga nas principais competições do continente e, em 2022, foi coroado com o título do Campeonato Venezuelano. Sempre tendo Andrés Ferro como líder da defesa.
— Ferro se destacou nas seleções de base da Venezuela e é uma das principais apostas da geração atual para o ciclo da Copa do Mundo 2026. Em certo momento, houve alguma desconfiança de torcedores pelo fato de ele ser filho do dono. Porém, ele superou essa desconfiança com o seu talento em campo, com a conquista do Venezeluano e convocações para a seleção — relata o jornalista Jair Pineda, do diário Noticias Express, de Caracas.
Na verdade, ser filho do dono acabou gerando mais pressão do que benefícios para o jovem zagueiro.
— Na minha chegada, expliquei ao presidente que desenvolveríamos o futebol de Andrés aos poucos e ao longo do tempo. Todo dono tem suas opiniões e nós a respeitamos, mas a verdade é que nunca tivemos divergências em relação ao seu filho. Em certo momento, conversei com ele para que ele não exigisse do garoto mais do que o normal, pois Andrés leva essa pressão de ser filho do presidente e é normal que em algum momento ele não consiga jogar bem. Mas graças a Deus não tive esse azar de conviver com a interferência para escalar ele ou qualquer jogador em especial — finaliza Morr.
Com o respaldo do treinador e, agora, de grande parte da comunidade esportiva venezuelana, Andrés Ferro virou arma da seleção da Venezuela rumo à Copa 2026. E, especialmente nesta quinta (25), trunfo do Metropolitanos para surpreender o Inter de Mano Menezes.