Era preciso vencer. Depois de cinco derrotas seguidas, seis partidas sem saber o que era isso, só ganhar importava. Ela veio. Mas quanto sofrimento. Contra o Metropolitanos, em Caracas, o Inter abriu 2 a 0 no primeiro tempo, com Alan Patrick e Luiz Adriano, e parecia que teria uma noite tranquila. Mas uma segunda etapa abaixo fez o adversário crescer, diminuir o placar e causar sofrimento até o final. Apesar dos enormes sustos, o time de Mano Menezes conseguiu o 2 a 1, assumiu a liderança do Grupo B da Libertadores e estará classificado se vencer o Nacional na próxima rodada, em Montevidéu.
Uma defesa nova, o meio repetido e o trio de ataque foram as armas apresentadas por Mano para dar a tão esperada resposta. Entre desfalques e opções técnicas, quantas mudanças. O goleiro foi John. Na lateral direita, Rômulo; na esquerda, Thauan Lara. A dupla de zaga teve Moledo e Nico Hernández. No meio, um trio com Campanharo, Johnny e Alan Patrick. Na frente, Pedro Henrique e Wanderson pelos lados e Luiz Adriano de centroavante.
A iniciativa foi colorada. Aos cinco minutos, Pedro Henrique cruzou da direita e Johnny cabeceou de raspão, a bola saiu à direita da trave. Aos 14 minutos, o Inter encaixou a jogada que vinha ensaiando. Desde o Gre-Nal, aliás. Luiz Adriano recebeu no pivô, entre os zagueiros, atrás dos volantes. Ele girou, livrou-se da marcação e achou Pedro Henrique entrando na área. Quando se preparava para fazer o gol, foi derrubado. Pênalti. A cobrança foi aos 16. Alan Patrick, com categoria, deslocou o goleiro e abriu o placar: 1 a 0.
Mesmo com o gol, foi o Inter quem seguiu atacando. Aos 19, Wanderson viu a movimentação de Pedro Henrique e passou, no ponto futuro. PH, porém, adiantou demais e perdeu o ângulo para concluir. Só aos 27 minutos, o Metropolitanos entrou na área do Inter. Cermeño e Vargas tabelaram na intermediária e superaram a defesa colorada. Na hora da conclusão, Moledo apareceu para cortar.
Aos 29, Campanharo roubou a bola no ataque e rapidamente passou a Alan Patrick. Com espaço, o camisa 10 decide. Achou Luiz Adriano no espaço, entrando nas costas da defesa. O centroavante teve a tranquilidade que faltava havia muito tempo. Tirou do goleiro e fez o segundo: pela primeira vez desde fevereiro, o Inter abria 2 a 0.
Quatro minutos depois, Luiz Adriano se excedeu em solidariedade. Um lançamento de John achou o centroavante sozinho. Mas em vez de concluir, tentou deixar Pedro Henrique sem goleiro. Errou tudo.
A vantagem fez o Inter baixar o ritmo. Especialmente também porque Campanharo levou duas entradas no tornozelo e apenas fez número em campo até o intervalo. De Pena voltou em seu lugar para o segundo tempo.
Vitória do Inter com susto na Venezuela
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Mas o Inter aceso da primeira etapa ficou no vestiário. Aos quatro minutos, Nico Hernández cometeu falta lateral. A bola foi erguida para a área, a defesa afastou para o meio. Freddy Vargas pegou o rebote e bateu. Houve um desvio no meio do caminho e passou por John: 2 a 1.
Dois minutos depois, veio a chance de matar o jogo. Alan Patrick começou a jogada no campo de defesa, passou para Wanderson, que lançou Pedro Henrique. E mais um passe para Alan Patrick. O camisa 10 deu um drible desconcertante no zagueiro e achou De Pena na entrada da área. O chute do uruguaio passou a centímetros da trave.
Pela enésima vez na temporada, o Inter pareceu cansar. Mano tentou corrigir o buraco no meio do campo e, ao mesmo tempo, renovar o fôlego. Saíram Wanderson e Luiz Adriano, entraram Matheus Dias e Alemão. Alguns minutos depois, Johnny deu lugar a Baralhas.
Aleluia, liderança e pânico colorado em Caracas
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Aos 27, John justificou sua escolha. A bola sobrou na área para Vargas, que cruzou. Gómez entrou no segundo pau, sozinho, e concluiu. O goleiro colorado, em um movimento de agilidade e ocupação de espaços, fez um milagre, com o pé.
A partida ficou tensa. A pressão era toda dos donos da casa. A situação só não era pior porque o Metropolitanos tinha enormes dificuldades técnicas. Mas a prova de o quanto Mano abandonou qualquer vergonha de se defender foi a última troca. Aos 36, tirou o atacante Pedro Henrique e colocou o lateral-direito e zagueiro de origem Igor Gomes.
Mesmo com esse cenário, o terceiro gol esteve perto. Alemão conseguiu uma vitória pessoal e passou para Alan Patrick. O camisa 10 devolveu ao centroavante em boas condições para marcar. Mas ele adiantou demais e foi abafado pelo goleiro.
A vitória era o mais importante para o Inter
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Aos 38, o cenário melhorou. Sequera entrou por cima da bola e atingiu Baralhas. Cartão vermelho direto. A "resistência" seria contra 10 venezuelanos. Nos acréscimos, acabou essa vantagem. Um balão para cima encontrou a defesa colorada desprotegida. Ortiz entraria na área e foi atingido por Nico Hernández. Falta na entada da área e cartão vermelho. A cobrança foi para fora, aliviando os colorados.
Quanto susto. Mas a vitória veio, o primeiro lugar no grupo também.
Libertadores — 4ª rodada — 25/5/2023
Metropolitanos
Schiavone; Jerry Vargas, Ferro, Moreno e Cova (Marchán, 43'/2ºT); Laszo (Sequera, int.), Larotonda e Cermeño (Bareiro, 33'/2ºT); Gómez (Lucena, 36'/2ºT), Ortiz e Freddy Vargas (Antón, 43'/2ºT).
Técnico: José María Morr
Inter
John; Rômulo, Rodrigo Moledo, Nico Hernández e Thauan Lara; Johnny (Baralhas, 26'/2ºT) e Campanharo (De Pena, int.); Pedro Henrique (Igor Gomes, 37'/2ºT), Alan Patrick e Wanderson (Matheus Dias, 20'/2ºT); Luiz Adriano (Alemão, 20'/2ºT).
Técnico: Mano Menezes
Gols: Alan Patrick, aos 16, Luiz Adriano, aos 29 minutos do primeiro tempo. Freddy Vargas, aos quatro minutos do segundo tempo
Cartões amarelos: Ferro, Freddy Vargas, Moreno, Antón; Nico Hernández, Alan Patrick, Baralhas, Igor Gomes
Cartões vermelhos: Sequera; Nico Hernández
Local: Estádio Olímpico de la UCV, em Caracas
Público e renda: não divulgados
Arbitragem: Nicolas Lamolina, auxiliado por Ezequiel Brailosky e Mariana de Almeida. VAR: Jorge Baliño (quarteto argentino).
Próximo jogo
Brasileirão - 8ª rodada
28/5/2023 - 16h
Inter x Bahia