O grupo do Inter se apresentou de forma diferente em relação ao fim do ano passado. Entre chegadas e saídas, o clube perdeu 12 atletas e trouxe nove reposições. As caras novas puderam ser acompanhadas na volta das atividades nesta segunda-feira (9), no Beira-Rio. Oportunidade em que o técnico Maurício Salgado respondeu sobre a construção do novo ciclo.
Ao lado da capitã Bruna Benites durante a entrevista coletiva, o treinador fez questão de destacar a permanência de alguns dos nomes. A zagueira, por exemplo, vai para sua quinta temporada com a camisa colorada. São peças como ela que servirão de alicerce para a montagem de uma nova equipe.
— Quando me falaram aqui de apresentar o elenco, a primeira coisa é fortalecer quem ficou. Às vezes, falamos muito de quem está chegando, quem saiu, e fortalecemos pouco quem ficou. Quero valorizar quem ficou porque é sinal que acredita no projeto, que podemos chegar mais longe. São o alicerce disso, da construção do que é o espírito de jogar no Inter. O segundo passo é dar boas-vindas a quem está chegando. Será fundamental para que tenhamos sucesso na forma que iremos recepcionar quem chega. Chegar é sempre um pouco mais difícil — afirmou Maurício Salgado, que ainda completou:
— Falamos muito aqui sobre bagagem, quem sobe da base, mas quando se chega ao profissional todos nós somos iguais. A ambição tem que ser igual de quem tem mais ou menos bagagem, a entrega tem que ser igual, as responsabilidades são dividas. Se fizermos isso, teremos um grupo forte para as competições.
De dezembro até aqui, o grupo perdeu oito titulares nas 12 saídas. O cenário gerou repercussão negativa entre os torcedores, especialmente por se tratar de uma das temporadas mais importantes com a disputa da Libertadores, pela primeira vez. O comandante explicou que saídas também acontecem pela situação do mercado e que diretoria e comissão técnica estão trabalhando dentro da realidade do clube.
— Em relação à reestruturação da equipe, sempre separamos em alguma situações. Existe o que é possível fazer e o que a dinâmica do mercado te leva a fazer. O clube é 'punido', no bom sentido, pelo trabalho que executa. Sempre nos pautamos pelo crescimento estrutural, e o Inter não dá passo maior do que a perna. Nós tivemos um ano muito bom e as nossas atletas ficaram na vitrine. O mercado comprador acaba vindo para cá. Neste sentido, no âmbito geral, vale avaliarmos estruturas para garantir a manutenção de atletas. Quando se faz grandes trabalhos, que não eram tão esperados, e por méritos das atletas, elas se valorizam e fica difícil você ter uma manutenção. Obviamente, o plano ideal é uma base das atletas, mas também trabalhamos muito com a realidade.
A montagem do elenco para 2023, assim como em outros anos, teve atenção especial para a ascensão das categorias de base. Seis jovens foram alçadas: a goleira Bianca Bik, a zagueira Guta, as meio-campistas Amanda Locatelli, Gabi Berchon e Bruna Wink e atacante Alice. A aposta nos talentos feitos em casa também é uma forma de compor as necessidades de Salgado.
— Quando nos compomos o elenco, ele sempre vai nas necessidades e as nossas realidades de contratação, não fugindo da nossa filosofia de dar espaço para jogadoras novas e quem está subindo da base. Quando você faz contratações de muitas jogadoras que já são consagradas, você também acaba segurando aquelas que podem aparecer.
O primeiro desafio da temporada começa em 5 de fevereiro com a disputa da Supercopa feminina. Adversário e local ainda serão sorteados pela CBF. O calendário ainda prevê para o time principal o Brasileirão, Gauchão e Libertadores.