
O Inter pretende anunciar um novo vice de futebol até o fim de 2022. A ideia do presidente Alessandro Barcellos é nomear o substituto de Emílio Papaléo Zin, que deixou o cargo em julho, a tempo do início da nova temporada. Contudo, o dirigente colorado admite que há dificuldade em encontrar um nome de consenso para ocupar a função.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, nesta terça-feira (25), Barcellos explicou que os nomes sondados possuem dificuldade para conciliar a agenda pessoal com o trabalho no clube.
— Nós estamos trabalhando, ouvindo pessoas, convidando. Algumas pessoas não conseguem compatibilizar a sua agenda com a condição de vice-presidência, com a demanda que existe. Estamos sempre abertos e construindo formatações que possibilitem. É uma função estatutária e vamos ter que cumprir com essa obrigação. Eu, como presidente do clube, tenho obrigação de cuidar disso, do cumprimento das normas. Estamos com dificuldade de, nesse momento, ter uma definição, mas teremos. Provavelmente até o fim do ano para que possamos não iniciar a temporada sem isso ocupado - disse ao programa "Show dos Esportes".
Além disso, o presidente voltou a defender que o novo vice de futebol não terá a atribuição de ser o único responsável pelo funcionamento do departamento.
— Vou reforçar porque isso é um pensamento nosso, de direção. Esta função é muito mais de representação, de relação política entre conselho de gestão e departamento de futebol do que propriamente responsável por tocar o departamento de futebol. Nós defendemos, e sempre fui muito claro nisso, que a função dos dirigentes era dar condições de os profissionais executarem suas funções. Jamais de exercerem as funções nos lugares dos profissionais. É assim que seguimos pensando e esse perfil que seguimos buscando — explicou.
Por fim, Barcellos ainda propôs que haja uma discussão sobre o estatuto interno do clube, que obriga a existência de um dirigente político para o cargo.
— Dessa forma que trabalhamos, respeitando um estatuto que passará esse ano por alterações, e, quem sabe, esse assunto precise ser debatido. Eu acho que, há muito tempo, se merece discutir isso. Quando se fala em SAF, em governança e outras palavras bonitas, a preocupação de muitos é quem vai estar ocupando tal cargo não remunerado, que passe duas ou três horas por dia resolvendo um assunto que é de 24 horas do clube. Isso é quase impossível e chega a soar até como demagogia em relação a um discurso e a uma prática profissional. Acho que é hora de a gente olhar para isso e debater, cumprindo o que está previsto hoje, mas olhando para frente e enxergando que é necessário fazer um debate profundo sobre essas questões — finalizou.
Desde a saída de Papaléo, que pediu desligamento, o Inter valorizou o fato de o time seguir tendo bons resultados mesmo com o cargo vago. Tanto o presidente quanto o próprio ex-vice de futebol valorizaram a estrutura montada pelos profissionais, englobando o técnico Mano Menezes, além do executivo William Thomas e do então coordenador Paulo Autuori, que também deixou o clube recentemente.