A revelação pública de que Edenilson pediu para sair do Inter em 2023 abriu discussões sobre os futuros de outros atletas. Um deles é Taison. Capitão, figura experiente e último remanescente do período de glória (era titular na conquista da Libertadores de 2010), ele não conseguiu, até agora, atingir a expectativa que carregava quando foi contratado, no ano passado. Mas seu caso é diferente do que vive o camisa 8.
A começar pelo tempo de contrato. Enquanto o vínculo de Edenilson foi renovado e se estende até o final de 2024, Taison tem acordo com o Inter até a metade de 2023. Não há, até o momento, conversas para uma mudança nos termos, nem para antecipar nem para prolongar. Esse assunto só entrará na pauta mais próximo do final, no início do ano que vem.
A expectativa é de que, com um período maior de preparação, férias e pré-temporada, a contribuição de Taison em campo seja maior. Ele é bastante reconhecido por todos pelas atitudes que tem como capitão, mas o próprio jogador admitiu que está aquém do que pode apresentar. Em entrevista ao podcast Podblabes, que foi ao ar no domingo (25), o camisa 7 falou sobre a reserva:
— Não vou atropelar as coisas. Não vou chegar no vestiário e brigar com o Wanderson ou com o Alan Patrick. Já falei pro Alan: "acho que os caras querem que a gente brigue". Não vou fazer isso. Não vou falar mal do Alan Patrick, do Wanderson. Quero mais que eles joguem e eu que treine mais para estar ali no lugar deles. Tem que ter concorrência no futebol. Concorrência tem em todos os clubes grandes. Olha o Flamengo, o Vidal está no banco, o Cebolinha está no banco, Pedro há pouco tempo estava no banco. Para ganhar campeonato, tem que ter grupo. Me chateia? Com certeza. Se não me chateasse, eu já tinha parado de jogar bola. Se eu chegasse em casa dando graças a Deus que não entrei, eu estaria no lugar errado. Eu tenho que chegar p* da vida para mostrar que eu estou querendo.
Aos 34 anos, Taison jogou 27 partidas em 2022. Foram 1.540 minutos (o que dá uma média de 57 por jogo). Marcou quatro gols e deu quatro assistências. Suas últimas aparições, porém, não têm agradado.
Desde que errou um dos pênaltis na eliminação para o Melgar, em cobrança defendida pelo goleiro, Taison não conseguiu encarreirar boas exibições. E a pressão da torcida parece pesar. Como é vaiado, fica ansioso para mudar o cenário e se precipita. Desde a fatídica queda na Sul-Americana, só entrou em campo duas vezes e somou 29 minutos nas seis partidas para as quais foi relacionado.
Viu do banco entrarem Mauricio e Alan Patrick, às vezes até juntos, para a vaga que chegou a ser sua. Caiu para terceira opção na hierarquia colorada de meia mais avançado, quase segundo atacante. Apesar disso, Mano deve mantê-lo no radar e colocando-o aos poucos, já que a condição física de Alan Patrick não permite que atue muito mais do que um tempo.
O desafio de Taison é recuperar espaço e também sua imagem. A reta final do Brasileirão poderá servir como combustível para essa retomada.