O inquérito aberto para apurar a denúncia de injúria racial ocorrida na partida entre Inter e Corinthians, pela 6ª rodada do Brasileirão, ganhou um importante depoimento nesta segunda-feira (6). No final da manhã, o volante Edenilson, que alega ter sido chamado de macaco pelo lateral-direito Rafael Ramos, foi ouvido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
Acompanhando a delegação colorada em Atibaia, onde está concentrada desde o fim de semana para os jogos contra Bragantino e Santos, o volante colorado compareceu ao Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP), na sede da Federação Paulista de Futebol (FPF). O atleta esteve acompanhado pelo corpo jurídico do clube e não concedeu entrevistas.
O depoimento do atleta colorado ocorre quase uma semana depois do jogador corintiano apresentar a sua versão dos fatos. Na terça-feira da semana passada (31), Ramos negou outra vez a utilização de termos racistas, conforme atestou Daniel Bialski, advogado do português:
— Em Portugal, conforme ele mencionou, não se faz esse tipo de comentário quando se quer falar algo preconceituoso, e ele desconhecia que isso era utilizado no Brasil — disse o advogado ao ge.globo na saída do tribunal.
Depois de ouvir as duas partes, o auditor do Pleno do STJD, Paulo Feuz, irá definir quais outras provas poderão ser anexadas e se irá oferecer a denúncia. Caso dê continuidade ao processo, tanto o lateral-direito como o Corinthians podem ser punidos com suspensão de cinco a 10 partidas, além de multa de R$ 100 a R$ 100 mil. Ou então, se a infração for considerada de extrema gravidade o órgão pode aplicar punições que vão de advertência a exclusão do campeonato.
Ao mesmo tempo em que o caso é analisado no âmbito desportivo, a Polícia Civil de Porto Alegre aguarda o resultado do laudo de leitura labial, que está sendo elaborado pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) por meio das imagens da partida, para dar prosseguimento à investigação.