O Inter apenas empatou com o Cuiabá, no último sábado (21), na Arena Pantanal, em jogo válido pela sétima rodada do Brasileirão. Tendo o compromisso decisivo para a sequência da Sul-Americana diante do 9 de Octubre nesta terça-feira (24), o técnico Mano Menezes optou por preservar Rodrigo Dourado e Carlos de Pena.
Inicialmente, causou surpresa a disposição dos volantes. Canhoto, Liziero jogou pelo lado direito enquanto o destro Gabriel ocupou o lado esquerdo na dupla. Edenilson seguiu com seu posicionamento de ser um meia aberto na direita sem a bola, tendo liberdade para aparecer por dentro na fase ofensiva se aproximando de Alan Patrick.
Após o jogo, Mano explicou que optou por ter Liziero caindo pela direita para tentar explorar as jogadas de fora para dentro, uma tentativa de compensar a perda de capacidade de armação do time sem a presença de Carlos De Pena.
— Nós entendíamos que iríamos ter um pouco de dificuldade para armar jogadas por colocar um jogador com característica um pouco diferente. A inversão do pé era para favorecer a armação na linha de volantes. Liziero o trazendo do lado para dentro e logo encontrar Alan Patrick ou pela esquerda um jogador mais agudo. Foi em uma inversão dessas, do Liziero para o Wanderson, que criamos uma das nossas melhores jogadas no primeiro tempo. Para o Gabriel não faz tanta diferença, mas com o Liziero a intenção era melhorar um pouco a criação das jogadas — explicou.
Posicionamento inicial do Inter do meio para frente:
A opção, no entanto, não deu o resultado esperado e a intenção de Mano de usar Liziero para acionar Alan Patrick e Wanderson não apareceu. O camisa 5 deu apenas um passe para Alan Patrick nos 55 minutos em que esteve em campo e três para Wanderson, de acordo com dados do Footstats.
Liziero foi substituído aos 10 do segundo tempo, logo após o gol de Valdívia, para a entrada de Carlos de Pena. Na mesma troca, Mano mancou Alemão a campo no lugar de David. O Inter cresceu no jogo e o uruguaio, de pênalti, marcou o gol de empate.
Comentarista da partida para o Premiere, Paulo César Vasconcellos acredita que a partida demonstrou que De Pena é peça fundamental no meio-campo colorado neste momento.
— A primeira formação teve muita dificuldade. Gabriel e Liziero são dois jogadores que conceitualmente travam um pouco a fluidez de um meio-campo. São jogadores que tocam e não se apresentam para a sequência da jogada. Eles são mais preocupados com pensamento defensivo do que serem opções ofensivas quando o time estava no ataque. O jogador de meio-campo não deve ser refém de apenas uma ideia e eles são. Quando entrou o De Pena, o Inter mudou. Eu diria que o De Pena foi o melhor jogador do Inter mesmo entrando no segundo tempo. Por quê? Porque ele combina os dois movimentos, a ação defensiva e uma intensa ação ofensiva. É um jogador que não se limita a passes laterais, que se movimenta e procura sempre o jogador mais bem colocados em direção ao gol — avalia.
Posicionamento do Inter com De Pena:
O colunista de GZH e representante da torcida colorada nas jornadas da Rádio Gaúcha Lelê Bortholacci também ressalta a importância de De Pena no time do Inter no momento. Ele, no entanto, acredita que Mano agiu certo em deixar o uruguaio fora da escalação inicial pensando no compromisso da Sul-Americana.
— Sem dúvida nenhuma o Inter melhorou muito com a entrada do Carlos de Pena. O entendimento entre De Pena, Renê e Wanderson tem sido cada vez melhor no lado esquerdo. O Inter já não tinha o Renê e sem o De Pena aumentou a dificuldade, tanto que até o Wanderson apareceu menos. Mas eu entendo o Mano ter poupado porque sabe que o Alan Patrick não pode jogar a Sul-Americana. O uruguaio é uma arma para esta terça-feira — aponta.
O Inter volta a campo nesta terça-feira, às 21h30min, para enfrentar o 9 de Octubre pela última rodada da fase de grupos da Sul-Americana. Para ficar com a vaga nas oitavas, o Colorado precisa de um resultado igual ou melhor do que o do Guaireña diante do Independiente Medellín, na Colômbia.