A missão é das mais difíceis. Até improvável. Mas o Inter terá de dar o seu melhor para tentar reverter a desvantagem contra o Grêmio e chegar à final do Gauchão, campeonato que não conquista desde 2016. E o caminho pode ser pelo alto.
Desde que voltou a vencer o clássico, em 2021, quatro dos seis gols marcados pela equipe colorada diante do rival saíram a partir de cruzamentos para a área gremista. Abel Hernández, Rodrigo Dourado, Taison e David aproveitaram a bola aérea para balançarem as redes no clássico.
Uma alternativa para o técnico Alexander Medina pode ser a entrada de Wesley Moraes no time, para aproveitar a envergadura do centroavante.
— Dentro do cenário de urgência do Inter, a bola aérea é um recurso. A zaga do Grêmio vem falhando nisso. Mesmo tendo 1m90cm, Wesley não é um cabeceador nato, mas o Inter tem de tentar algo. Ele é alto. Daqui a pouco ajuda a sobrar um rebote. A bola parada ofensiva, levando zagueiros para a área, também pode funcionar. Outra é arriscar chutes de média distância, pois Brenno espalma para dentro da área — avalia Diogo Olivier, comentarista da Rádio Gaúcha e colunista de GZH.
Mas, se o retrospecto neste tipo de jogada tem sido positivo nos Gre-Nais recentes, na temporada o Inter fez apenas um gol a partir de cruzamento pelo alto: justamente contra o Grêmio, na vitória pela fase classificatória do Gauchão. Na ocasião, David apareceu na segunda trave para concluir após Bustos jogar na área.
— Acho que o caminho é conseguir mais triangulações, jogadas pelo lado com superioridade numérica, que o Inter não está conseguindo. O Medina queria dois pontas agressivos, mas não tem. Então, a única saída é amassar o rival com quatro, cinco seis adversários na área do adversário. Mas levando em conta que o Inter não vence na Arena há 17 Gre-Nais, só ganhou um e por um gol de diferença, é muito difícil reverter — entende Paulo Vinícius Coelho, o PVC, comentarista do Grupo Globo.
Ainda que não seja a jogada mais forte do Inter, pode ser arma no clássico especialmente pela deficiência do Grêmio neste quesito. Dos 13 gols sofridos na temporada, seis foram a partir de bolas aéreas. Quase a metade. Até mesmo por isso, o técnico Roger Machado colocou Rodrigues na lateral direita, aumentando a estatura da linha de defesa.
O Inter poderá analisar os gols sofridos pelo time tricolor contra Caxias, São José, União-FW (duas vezes), Mirassol e contra ele próprio na fase classificatória do Gauchão para buscar um caminho para vencer o Gre-Nal e, quem sabe, reverter a grande vantagem gremista.
É improvável. Mas quem sabe o milagre possa vir do alto.