Entre os 27 jogadores usados por Alexander Medina nos três primeiros jogos da temporada, estão os quatro principais volantes do time principal. Os Rodrigos, Dourado e Lindoso, o jovem Johnny e o recém-contratado Liziero receberam oportunidades. Claro que a amostragem ainda é pequena, mas nenhum deles encheu os olhos nesses minutos iniciais. Ocorre que essa função, à frente da área, é considerada essencial para o treinador. Até por isso, o Inter segue no mercado.
Os números demonstram essa situação. Ofensivamente, nenhum dos volantes fez gol ou deu assistência. A criação das jogadas também teve pouca influência — e dados semelhantes. Liziero ostenta 97% de acerto nos passes, Johnny e Lindoso têm 92% e 94% respectivamente e Dourado 88%. O problema é que a maior parte dessas trocas se deu entre eles e os zagueiros.
Para ilustrar: contra o São Luiz, Lindoso trocou 17 passes com os zagueiros Gabriel Mercado e Kaique Rocha; Johnny, 21. Em determinado momento do segundo tempo, D'Alessandro desceu e foi fazer a saída de bola. Só trocou bola oito vezes com os defensores.
Na questão defensiva, Dourado tem números superiores. Ele desarmou três vezes, contra uma de Lindoso e Liziero, e nenhuma de Johnny. Há de se descontar, porém, que Dourado atuou mais tempo diante do Juventude, um time que atacou bem mais do que União-FW e São Luiz.
Medina definiu desta forma a necessidade de ter peças de reposição e variedade entre os volantes:
— No futebol de hoje é necessário ter diferentes características de jogadores nesta posição. Jogadores mais intensos, com melhor passe, que interpretem melhor o futebol associativo. Um jogador que reúna tudo isso, que ajude na defesa e colabore no ataque, é completo.
Claro que é muito difícil encontrar alguém que tenha todas essas virtudes e, além disso, consiga se enquadrar na realidade financeira colorada. Por isso, a busca tem sido em peças que reúnam alguns desses predicados.
Gabriel, do Corinthians, é o nome mais citado. A negociação estava até avançada, na realidade, mas a queda de Sylvinho do comando do time paulista devolveu o acordo a um compasso de espera. O clube deve aguardar a definição de um treinador para decidir o futuro do jogador. Apesar disso, ele não é o volante completo que o Inter sonha. Pelo contrário.
— Ele é um volante simples, desarma e toca para o lado. Mas é bom de grupo, dedica-se muito ao jogo, é raçudo, incansável. Em 2017 viveu o melhor ano da carreira, atuando ao lado do Maycon, atualmente no Shakhtar, um jogador técnico ao extremo. Acho Dourado melhor — analisa o setorista Marcelo Becker, do portal Meu Timão, especializado em Corinthians.
A sequência do Gauchão mostrará se o Inter precisará fazer uma adaptação no sistema, dando menos protagonismo aos volantes ou também se os profissionais já no grupo conseguirão se adequar ao pedido original. Caso nada disso seja possível, aumentará a urgência colorada no mercado.