Uma das expectativas para o confronto entre Inter e Novo Hamburgo, válido pela quinta rodada do Gauchão, está no aproveitamento de David. Contratação pela qual o Inter fez o maior investimento da temporada até agora, o atacante que se destacou pelo Fortaleza no Brasileirão passado até deu boa amostragem, mas ainda não atuou no lugar em que teve seus melhores momentos em 2021. Há curiosidade para ver onde o técnico Alexander Medina o escalará na partida das 21h30min, no Beira-Rio.
O presidente Alessandro Barcellos, em entrevista ao SporTV, deixou claro:
— Contratamos David como uma opção para a extrema.
O jogador de 25 anos passou a maior parte do tempo do Brasileirão passado atuando partindo do lado esquerdo do ataque. No Inter, estreou pela direita diante do União-FW e, em sua segunda partida, contra o Ypiranga, foi deslocado para o centro do ataque e por lá ficou mais de meia hora.
David sempre foi extrema com preferência pela esquerda. No Vitória, quando surgiu há sete anos para o profissional, já atuava pela beirada de preferência cortando para dentro, em direção ao gol.
— Infelizmente não tivemos muito tempo, fizemos apenas três jogos e era um momento difícil, com a torcida pegando no pé. Mas ele sempre jogou aberto, sendo válvula de escape, aproveitando as virtudes como a velocidade e o um contra um — recorda Adilson Batista, que foi técnico de David no Cruzeiro em 2019.
Quem o acompanhou de perto foi o repórter Lucas Mota, do jornal O Povo, do Ceará. Setorista do Fortaleza, ele viu toda a evolução do atacante em sua passagem pelo Nordeste. E apresenta dois momentos da trajetória dele por lá:
— Com Rogério Ceni, o Fortaleza jogava no 4-2-4. David começou como ponta mesmo, ora pela direita, ora pela esquerda. Depois, o treinador passou a aproveitá-lo por dentro, como segundo atacante e às vezes até de centroavante, mas sempre com uma dupla, móvel. Com Vojvoda, mudou o esquema, o time passou a atuar no 3-5-2 e não havia mais o extrema. Mas também os atacantes tinham liberdade de movimentação e ele tinha como preferência abrir pela esquerda e atacar partindo de lá.
O jornalista acrescenta uma característica àquelas apresentadas por Adilson Batista:
— David é um jogador de espaço, porque tem muita velocidade, drible e, principalmente, força. Deixá-lo parado não é o melhor, não é um centroavante de encostar a bola para a rede, até faz gols mas não é sua virtude. Ele é um cara de arrancada.
Com o aproveitamento de David em sua posição de origem, fica o mistério para saber quem o acompanhará no setor ofensivo. A tendência é pelo retorno de Taison, que volta após ter sentido um desgaste muscular, para ocupar a faixa central do meio-campo. Pela direita, a dúvida é entre Mauricio e Boschilia. Wesley Moraes deve ser confirmado como centroavante.