O reencontro de D'Alessandro com a torcida colorada não poderia ter sido melhor. O camisa 10 foi a campo aos 30 minutos do segundo tempo e marcou o segundo gol do Inter na vitória sobre o União-FW, pela segunda rodada do Gauchão. Ao final da partida, o argentino não escondeu a felicidade de voltar a atuar no Beira-Rio. Com vínculo até abril, o ídolo teria condições de ter o contrato prorrogado, ficando à disposição também para a sequência da Copa do Brasil, da Sul-Americana e do Brasileirão? Confira abaixo as opiniões:
Maurício Saraiva, comentarista do Grupo RBS
— D’Alessandro tem a qualidade técnica que a soma dos outros jogadores do elenco não alcança. No entanto, embora esta diferença se perceba no primeiro toque na bola, o nível de competitividade após o Gauchão aumenta demais na questão física. Não tenho nenhuma certeza de que o camisa 10 suporte este confronto. Porém, não é preciso tomar a decisão agora. Dá para deixar o Gauchão correr, conversar com o jogador, com fisiologista e preparador físico para só então avançar na questão. Não creio que D'Ale possa competir por 90 minutos a cada três dias. Mas acredito que ele pode contribuir por tempo determinado a cada jogo.
Filipe Gamba, colunista de GZH e apresentador da Gaúcha
— No debate sobre uma eventual possibilidade de D'Alessandro prorrogar o seu vínculo até o final do ano, não podemos esquecer que a vontade do atleta é soberana. E nesse sentido, o argentino naturalizado brasileiro já definiu que no dia 30 de abril — 15 dias após completar 41 anos — chegará ao fim não apenas o contrato com o Inter, mas a sua carreira. Embora haja desejo de parte da torcida e também de setores da imprensa para que o camisa 10 siga sua trajetória ao longo de toda a temporada, há um elemento maior e que jamais pode ser desprezado: a convicção de D’Alessandro.
Quando estabelece uma data para encerrar a sua história como jogador de futebol, o meia está respeitando o seu corpo e os seus limites e mais do que ninguém, D’Ale sabe o exato momento de parar. Por isso, torcedor colorado, desfrute. Cenas como a de sábado estão próximas do fim e aos apaixonados pelo futebol do meia resta reverenciar e agradecer.
Marcelo De Bona, narrador da Gaúcha
— Sim, desde que todas as partes tenham a compreensão do que ele pode agregar. Penso que nossa discussão esteja muito voltada ao especto físico do jogador, que obviamente não é o mesmo. É preciso partir da ideia de jogar pouco tempo e o próprio jogador sabe disso. D'Alessandro, pelo nome e histórico, remete a ideia de protagonismo e isso também não pode ser mais considerado. Digo no sentido que o time não pode partir dele, ou começar por ele. Mas ele pode auxiliar nos minutos que estiver em campo. Para 10, 15, 20 ou mesmo cinco minutos. O toque na bola segue refinado e a capacidade técnica é muito acima dos demais.
Há ainda o D'Alessandro líder, vitorioso. Essa talvez seja a melhor parte dele. Faz bem ao grupo e ao vestiário. Por fim, analiso que até esse momento, D'Alessandro não tira a vaga ou impede o crescimento de ninguém. Pelo contrário, é dos poucos que joga naquele espaço do campo.