Quem olhar a tabela de classificação, pode lamentar o empate sem gols que o Inter obteve na Arena Castelão contra o Ceará na noite desta quarta-feira (6). Afinal de contas, o Colorado adiou mais uma vez sua entrada no G-6 do Brasileirão, sem conseguir alcançar o Bragantino, que empatou com o Flamengo.
Porém, o apito do árbitro veio seguido de uma certa sensação de alívio por ter encerrado uma pressão dos donos da casa, que alçavam bolas na área e transformavam o goleiro Daniel em personagem da partida.
— Estávamos sem vários jogadores importantes e, obviamente, quero ganhar. Mas, empatar fora de casa, não é ruim. Ainda mais diante de tantas dificuldades. Então, voltamos para Porto Alegre com um ponto. Não comemoro empates, mas é melhor do que perder — avaliou o técnico Diego Aguirre.
De fato, o uruguaio teve de vasculhar o elenco para escalar o time em Fortaleza. Além de Edenilson, Guerrero e Palacios, que disputarão as Eliminatórias a partir desta quinta (7), e o zagueiro Víctor Cuesta que estava suspenso, o uruguaio ainda perdeu Taison, por apresentar sintomas gripais, e Boschilia, com desconforto no joelho direito.
Diante de tantas ausências, não restavam alternativas tão diferentes das escolhidas para iniciar o jogo: Mercado, Mauricio e Caio Vidal. E, desta vez, ao contrário do que ocorreu na última rodada, o treinador ainda fez mais de uma substituição no segundo tempo, chamando Paulo Victor, Johnny e Gustavo Maia do banco de reservas. Nenhum deles, porém, conseguiu causar danos à defesa nordestina.
— Minha obrigação é sempre buscar coisas para que o time jogue melhor, mas às vezes fica difícil substituir jogadores que não estão. Tem jogadores que têm experiência, categoria e qualidade que hoje (quarta-feira) não tivemos. Então, é compreensível e normal que o time não mostre o entrosamento que mostrou contra o Atlético-MG — disse o uruguaio.
Aguirre não esteve sozinho neste discurso. Antes mesmo da entrevista do treinador, o volante Rodrigo Lindoso repetiu praticamente as mesmas palavras, acrescentando a situação climática às adversidades encontradas.
— Um clima totalmente diferente do que estamos acostumados, muito calor. Superamos os desfalques que tivemos, jogadores de seleção que fizeram falta, mas também valorizamos quem joga. Quem entrou, jogou bem. Respeitamos muito também o Ceará, que tem uma das melhores campanhas em casa. E, pelas oportunidades que as duas equipes tiveram, o empate foi justo — analisou o jogador.
Reencontros
A esperança é que, para o próximo domingo, este cenário seja invertido. Em casa, o Inter terá a chance de voltar ao caminho das vitórias diante da lanterna Chapecoense.
E, mesmo que ainda não saiba se poderá contar com os retornos de Taison e Boschilia, contará com um reforço de peso nas arquibancadas. Pela primeira vez, desde o início da pandemia, o torcedor poderá se fazer presente, ocupando 30% da capacidade do Beira-Rio.
— É uma coisa muito boa que vai acontecer. Estou com saudades da torcida. Lembro de coisas maravilhosas que vivemos em 2015. Está faltando a torcida, brigando junto com a gente como sempre. Seguramente, o time vai dar uma boa resposta e vamos tentar dar alegria a todos colorados — analisou Aguirre.
Com retorno para Porto Alegre agendado para esta tarde, em voo fretado, o elenco colorado terá dois dias para montar a estratégia que irá sacramentar um reencontro completo: com as vitórias e com o público.