Sem ter sido vazada nas últimas quatro partidas, a defesa do Inter terá um forte desafio na noite deste sábado (2º), às 21h, no Mineirão, diante do poderoso Atlético-MG. Líder do Campeonato Brasileiro, o Galo recebe o time de Diego Aguirre buscandp dar uma resposta para sua torcida após a eliminação na semifinal da Libertadores para o Palmeiras. O Colorado, por outro lado, tentará entrar no G-6 pela primeira vez na competição.
O sistema defensivo tem sido o ponto forte do Inter nesta arrancada de oito jogos sem derrota. No período, o Colorado teve a defesa vazada por apenas dois adversários: Fluminense e Santos. A afirmação, no entanto, vem de antes. A contratação de Bruno Méndez e a definição do goleiro Daniel como titular foram mudanças importantes em relação ao começo da temporada.
Mesmo com Aguirre, o Inter teve dificuldades no sistema defensivo no início do trabalho. Nos primeiros quatro jogos, Lucas Ribeiro e Pedro Henrique se dividiram ao lado do argentino e o Colorado levou gols em todos eles – cinco no total.
Bruno Méndez estreou no quinto compromisso com o treinador uruguaio, a derrota para o São Paulo, atuando improvisado na lateral direita. Na ocasião, Cuesta estava suspenso e Lucas Ribeiro e Pedro Henrique formaram a zaga.
A nova dupla com Bruno Mendez e Cuesta atuou pela primeira vez no Gre-Nal da Arena, que terminou em 0 a 0, em 10 de julho. Desde então, eles estiveram juntos em 13 partidas, onde o Colorado foi vazado em apenas três delas – levou seis gols no total.
Essa parceria que funciona tão bem dentro do campo é fruto de uma boa relação também fora dele. Com 22 anos, Bruno Méndez ressalta que Cuesta, de 32, é uma espécie de professor no dia a dia. O também argentino Gabriel Mercado, 34, é outro que tem ajudado o jovem uruguaio a se consolidar no futebol brasileiro após uma passagem sem tanto brilho pelo Corinthians.
— Recebi muita ajuda dos meus companheiros dentro de campo para eu me sentir mais solto. O Víctor (Cuesta) me ajudou bastante e o Mercado também por, obviamente, falar a mesma língua. E também, como jogamos na parte defensiva, eles me ajudam muito com a experiência que têm no futebol. Então, são os (companheiros) que mais falo, os que mais experiência têm e sempre falar com os maiores me ajuda — declarou o uruguaio em entrevista nesta semana.
Pinga, que formou com Aloísio uma histórica de dupla de zaga do Inter nos anos 1980, aponta essa boa relação como algo determinante para dois zagueiros se entenderem dentro do campo.
— O fundamental para qualquer dupla de zaga é o entrosamento. Em primeiro lugar vem amizade que tu tens fora do campo. O Aloísio e eu tínhamos uma amizade desde a base, nos conhecíamos bem e isso ajudava. Quando eu subi tinha ele e o Mauro Galvão no profissional. Olha que o Galvão foi um dos maiores zagueiros que eu vi jogar, mas o entrosamento perfeito que eu tinha com o Aloísio não tive com nenhum outro. Mesmo na Seleção Brasileira, com outros tantos jogadores de qualidade, o entrosamento não foi o mesmo. Até hoje ficou isso. Quando encontro torcedores ainda ouço falarem da dupla Pinga e Aloísio — recorda o ex-defensor.
Outro personagem importante desse sistema defensivo de Diego Aguirre é Daniel. O goleiro soma 19 jogos no Brasileirão com apenas 15 gols sofridos (uma média de 0,78 por partida). Ele lidera o quesito defesas difíceis da competição, com 23, de acordo com levantamento do Footstats. O fato de o goleiro ter esse alto índice, porém, não é visto por Pinga como um sinal de falha dos zagueiros.
— São jogos de mais de 90 minutos contra times de alta qualidade. Não tem como a zaga ser perfeita o tempo todo. Não existe isso de o goleiro não trabalhar. Em algum momento vai ter um erro ou o atacante levará vantagem e aí entra o papel do goleiro. Por mais que seja boa a zaga, o time precisa ter também um bom goleiro porque ele irá trabalhar em algum momento —aponta.
Lesionados, Diego Costa e Eduardo Vargas não enfrentarão o Inter nesta noite. Principal jogador atleticano e vice-artilheiro do Brasileirão, com 13 gols, Hulk, no entanto será o comandante do ataque sempre municiado pela dupla argentina Nacho Fernández e Matías Zaracho. Uma das missões de Cuesta e Bruno Mendez será impedir que a bola chegue limpa para Hulk. Os chutes de fora da área do camisa 7 merecem atenção do goleiro Daniel. Se o sistema defensivo funcionar, o time de Diego Aguirre dará um importante passo rumo ao G-6.
Para entrar no G-6
- Em caso de vitória: entra no G-6
- Empate: entra no G-6 se não houver empate entre Bragantino e Corinthians e o Athletico-PR não vencer o Flamengo
Bruno Méndez e Cuesta juntos (Brasileirão e Libertadores)
- 13 jogos
- Gols sofridos: 6
- Jogos sem sofrer gol: 10
Daniel no Brasileirão
- 19 jogos
- 15 gols sofridos (0,78)
- Defesas: 64 (3,36 por jogo)
- Jogos sem sofrer gol: 9
- Defesas difíceis: 23 (líder nesse quesito, dados do Footstats)