Em meio a uma crise financeira, o Inter tem conseguido atingir uma de suas metas: reduzir os gastos com o departamento de futebol. Além da quantia em contratações ter sido reduzido, o investimento foi coordenado pelo Conselho de Gestão com o objetivo de não perder competitividade. Por isso, o clube celebra a redução de R$ 3,5 milhões na folha salarial no intervalo de nove meses.
Quando assumiu o Inter, Alessandro Barcellos e os demais componentes da diretoria encontraram gastos no futebol em aproximadamente R$ 11 milhões por mês. Dentro de campo, a equipe brigava pelo título do Campeonato Brasileiro de 2020, já que o torneio tinha sido prorrogado até fevereiro deste ano em virtude da pandemia de covid-19. Logo, alterações drásticas foram adiadas.
A gestão reconsiderou os gastos no departamento de futebol. Com isso, rescisões com atletas e liberações foram facilitadas para garantir a redução do custo mensal. Desde o final do ano passado, foram mais de 30 jogadores liberados, negociados ou dispensados — oito apenas no segundo semestre de 2021.
Em contrapartida, um limite salarial foi instaurado. Nenhuma nova aquisição receberá mais de R$ 700 mil por mês. Desta forma, o clube consegue evitar dilatar novamente os valores. Cada contratação é amplamente estudada pelo Centro de Análise e Prospecção de Atletas (Capa) antes da efetivação. Os dois únicos nomes que foram convicções de dirigentes e membros da comissão técnica foram Taison e Mercado.
O quinteto de jovens prospectado teve colaboração do departamento de dados, que passou a ser ainda mais importante com os atuais dirigentes. Entende-se que, assim, os riscos de desperdiçar recursos em negócios são reduzidos.
Tirando Carlos Palacios, apontado como promessa chilena, Bruno Méndez, Kaíque Rocha e Gustavo Maia foram encontrados por valores considerados baixos — e por empréstimo. Até mesmo Paulo Victor, contratado junto ao Botafogo, tem vencimentos inferiores ao antigo lateral, Uendel, e o pagamento ao clube carioca será feito no futuro.
Mesmo com as chegadas, o Inter conseguiu cortar R$ 3,5 milhões na folha nos últimos meses. A direção também tem de arcar mensalmente com uma espécie de folha paralela. Segundo o presidente Alessandro Barcellos, são R$ 6 milhões necessários para quitar dívidas de curto prazo, como impostos, dívidas bancárias e ações trabalhistas de ex-funcionários e ex-jogadores.
Para a atual temporada, entende-se que a estratégia não retirou capacidade do time de brigar com os concorrentes. Somando a economia com ajustes nos demais departamentos do clube, o Colorado acredita que já a partir de 2022 conseguirá ter fôlego financeiro para mais investimentos.
Confira a lista de jogadores que deixaram o Inter em 2021:
- D'Alessandro (fim de contrato)
- Valdívia (fim de contrato)
- Matheus Jussa (fim de contrato)
- Rodinei (fim de contrato)
- Musto (fim de contrato)
- Danilo Fernandes (liberado)
- Abel Hernández (liberado)
- Leandro Fernández (liberado)
- Uendel (liberado)
- Thales (liberado)
- Pedro Lucas (liberado)
- Roberto (liberado)
- Dudu (liberado)
- Natanael (liberado)
- Zeca (liberado)
- Thiago Galhardo (emprestado ao Celta de Vigo-ESP)
- Pedro Henrique (emprestado ao Sport)
- Nonato (emprestado ao Fluminense)
- Marcos Guilherme (emprestado ao Santos)
- João Peglow (emprestado ao Porto)
- Léo Borges (emprestado ao Porto)
- Lucas Mazetti (emprestado ao Vila Nova-GO)
- Ramon (emprestado ao América-MG)
- Guilherme Pato (emprestado ao Cuiabá)
- Keiller (emprestado à Chapecoense)
- Emerson Jr (emprestado ao Figueirense)
- Sarrafiore (emprestado ao Vasco)
- Juliano Fabro (emprestado ao Avaí)
- Bruno Praxedes (vendido ao Bragantino)
- Vinicius Tobias (vendido ao Shkhatar-UCR)
- Gustavo Ferrareis (vendido ao Puebla-MEX)