Habilidoso, rápido e criativo. Estas são as características identificadas em Miguel, meia de apenas 18 anos que está no radar do Inter. O jovem é monitorado pelo departamento de futebol colorado há algum tempo. Agora, com a rescisão dele com o Fluminense, uma investida é considerada. GZH explica o interesse do clube na promessa.
Setor de análise
De acordo com o modelo estabelecido pela gestão de Alessandro Barcellos, a ciência deve fazer parte das avaliações de mercado para minimizar erros. A ideia é investir em jogadores com rendimento esportivo e possibilidade de revenda em médio prazo. Encaixam-se neste perfil alguns atletas que já estão no Beira-Rio, como o lateral Paulo Victor, ex-Botafogo, e o meia-atacante Carlos Palacios, ex-Unión Española e seleção chilena.
Os mercados do futebol brasileiro e sul-americano são mapeados pelo Centro de Análise e Prospecção de Atletas (Capa), e o setor repassa relatórios aos dirigentes. Alguns nomes esbarram no preço exigido pelos clubes de origem, mas há talentos que eventualmente são captados.
Interesse antigo
O nome de Miguel chama a atenção do Inter há algum tempo. O meia-atacante, que é profissional desde os 16 anos, tem bagagem de seleção brasileira de base. O nível das atuações também agrada. Ele pode atuar centralizado, posição preferencial, mas também pelas extremas, posição em que o Inter busca mais uma peça para o elenco de Diego Aguirre.
Há, no entanto, o receio de que a briga jurídica com o Fluminense possa prejudicar o avanço de uma eventual negociação. Na semana passada, a Justiça do Rio de Janeiro liberou o atleta do vínculo com o clube das Laranjeiras em virtude da falta de pagamento de direitos básicos.
O Inter só fará proposta se entender que não há chance de reversão judicial do caso, sobretudo para manter a boa relação entre os clubes. Bruno Praxedes trocou o Fluminense pelo Colorado em 2019, e Nonato foi recentemente cedido por empréstimo ao clube carioca até o final de 2022.
Em uma situação regular, Miguel dificilmente seria cogitado pelo Inter em função dos altos valores necessários para concluir o acordo. Mas a alternativa é vista como "negócio de ocasião", ainda que haja cautela para evitar imbróglio jurídico e pressão ao atleta.