Dois dias depois da saída do vice-presidente de futebol do Inter, João Patrício Herrmann, o diretor-executivo de futebol Paulo Bracks admite que o clima no clube não é mais tão positivo quanto no começo do ano, mas garante que o clima hostil da torcida não chega ao vestiário. Bracks justificou a tensão dentro de campo relembrando as eliminações na Libertadores e Copa do Brasil.
— O astral vem em baixa. Foram duas eliminações muito doídas. É um momento completamente diferente daquela reta final de Brasileirão, onde vínhamos em uma crescente. Trabalhamos diariamente com nossa experiente comissão técnica para voltar a uma linha para cima. Confiamos no nosso elenco para isso também — afirmou, em entrevista ao Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha, nesta quarta-feira (4).
Naquele meses de janeiro e fevereiro de 2021, quando a temporada de 2020 ainda podia terminar com um título histórico para o Colorado, Bracks chegou ao clube com boas expectativas. O duelo com o Flamengo, no Maracanã, que podia ter dado o tetra do Brasileirão ao Inter, foi disputado sob uma condição totalmente diferente da que é encontrada nesta 15ª rodada do campeonato de 2021.
— O Flamengo é um adversário extremamente qualificado, de investimento grande e que vem em sequência de títulos. O desafio fica maior pelo ambiente de turbulência. Esperamos, nessa virada para o segundo turno, uma mudança de atitude e resultados. Porque o lugar do Inter não é este que estamos na tabela — projetou, e complementou:
— Ouço muitas críticas à direção e ao clube. Damos tranquilidade para o grupo trabalhar, blindamos eles desse clima hostil que vem da insatisfação do torcedor, isso tudo é parte do nosso papel.
Mudanças na gestão
João Patrício Herrmann decidiu deixar a diretoria do clube em reunião feita com o conselho de gestão na segunda-feira (2). Paulo Bracks diz sentir falta da convivência com o ex-colega, mas entende que o trabalho precisa continuar da melhor maneira possível:
— Fizemos uma relação de trabalho, amizade e muito respeito. Foi uma decisão dele (Herrmann), que a gente compreende. Não pode afetar nosso trabalho. Não me envolvo na substituição do cargo ou no que pode acontecer nos próximos passos do organograma. Lamento pelo lado pessoal, é um convívio muito intenso no futebol.
Questionado sobre a comunicação entre elenco, comissão técnica e diretoria, inicialmente prevista para ser desempenhada por um diretor técnico, Bracks ressalta que enxerga um processo bem resolvido mesmo sem o profissional do cargo específico.
— Entendo que não há esta lacuna de comunicação. Temos uma relação próxima e intensa entre atletas , comissão e diretoria. Todos têm sua função no clube — ponderou Bracks.