Ao mesmo tempo que o Gre-Nal reacendeu as esperanças do Inter, por ter sido melhor do que o rival dentro da Arena, o clássico escancarou o problema ofensivo colorado. Apesar de criar bastante, o time tem dificuldades em fazer gols. No Brasileirão, por exemplo, foram apenas 10 em 11 jogos. Nas últimas quatro partidas, balançou as redes adversárias duas vezes, ambas de pênalti.
As penalidades, aliás, representam 50% dos gols do time no campeonato nacional. Por isso, Edenilson é o artilheiro, com as cinco conversões nas cinco tentativas. Afora esses, o time marcou duas vezes de cabeça e três de pé direito. Em mais de um quarto da competição, não fez nem um gol sequer de canhota.
De acordo com o Sofascore, o Inter converte apenas 10% das chances que cria. Na comparação com o Bragantino, melhor ataque, fica mais evidente: os paulistas transformam o dobro em gol.
A explicação também é matemática. O Bragantino tenta bem mais. Se forem observadas apenas as conclusões a gol, o Bragantino finalizou 55 vezes em 11 jogos, o Inter, 52. O que separa ambos é o que não acerta o alvo: 104 a 72 para os paulistas. Como tenta mais, erra mais. E também acerta mais: foram sete gols de fora da área, contra um do Inter (o de Yuri Alberto contra a Chapecoense, em contra-ataque que estava frente a frente com o goleiro).
Além dos cinco gols de Edenilson, os outros cinco mostram que os atacantes estão com problema, mesmo com a atuação destacada de Yuri Alberto no Gre-Nal. As demais vezes que o Inter mexeu no placar foram com os volantes Lindoso e Dourado, com o meia Praxedes (agora no Bragantino), um com o extrema Caio Vidal e apenas um de centroavante, justamente Yuri.
— Não posso negar que está faltando gerar mais situações ofensivas — admitiu Diego Aguirre em entrevista coletiva.
Para o ex-centroavante Amarildo, goleador colorado na campanha do vice no Brasileiro de 1987, os dados corroboram a impressão de que o Inter cria pouco e que precisa aumentar produção ofensiva:
— Acredito que o Inter é uma equipe de nível bom para excelente e que tem bons jogadores. Mas precisa melhorar. Por mais que seja um campeonato longo, precisa resolver agora esse problema da falta de gols.
Ele acrescenta, também, que essas estatísticas ficam mais evidenciadas nas más fases. E para isso, apenas resultados conseguirão reverter a imagem.
— Mas isso é só um momento difícil, como foi o do São Paulo antes dos dois jogos que ganhou. O Inter está precisando de uma boa vitória, convincente.
Menos mal para os colorados que agora o time dá um tempo no Brasileirão e vira os olhos para a Libertadores. A campanha oscilante da primeira fase não teve entre o problema da falta de gols, apesar da inconstância. Isso porque o time até marcou 12 vezes em seis partidas, mas seis foram contra o Olimpia, adversário desta quinta-feira, e quatro diante do Táchira. Nos demais quatro jogos, foram apenas dois gols.
Inter no Brasileirão
- 10 gols em 11 jogos
- 10% de aproveitamento nas chances criadas
- Nenhum gol de pé esquerdo
- 5 gols de pênalti
- 1 gol de fora da área
- 52 conclusões certas
- 72 conclusões erradas
Fonte: Sofascore e Footstats