O zagueiro argentino Gabriel Mercado foi oficialmente apresentado pelo Inter no início da tarde desta segunda-feira (12). Mercado assinou contrato com o clube gaúcho até o final de 2022. Ele estará à disposição do técnico Diego Aguirre a partir de agosto, quando for aberta a janela de transferências para atletas vindos do Exterior. Em sua primeira entrevista como novo jogador colorado, o defensor disse que está bem fisicamente e que logo estará no mesmo ritmo dos companheiros.
— Tenho esta semana para aproveitar e me colocar em ritmo com o grupo. Me encontro bem, tive uma pequena lesão na etapa final do meu contrato no Catar, mas estou completamente recuperado. Estou com muita vontade de trabalhar e conhecer meus companheiros, de me colocar à disposição — afirmou.
Mercado também falou sobre as posições em que joga. Ele pode atuar tanto como zagueiro quanto lateral-direito, mas veio para ser escalado na zaga:
— Aqui na América do Sul, me conhecem por ter jogado muito como lateral, mas na Europa joguei a maior parte de jogos como zagueiro central, assim como no Catar. Ele me trouxe para jogar de zagueiro, mas sabe que também posso jogar como lateral se ele precisar. Não tenho nenhum problema, me adapto ao que o treinador precisa.
O argentino também comentou o momento do Inter, que não conquista títulos em nível nacional há pelo menos 10 anos. Multicampeão na Argentina, ele disse que chega a Porto Alegre para continuar levantando taças.
— Tenho a sorte de ter ganhado muitos títulos no River e no Estudiantes, mas sei que o futebol é marcado pelo que se faz hoje. Eu sei que, para seguir conseguindo mais títulos, tenho de seguir trabalhando forte, ter a humildade para querer sempre mais. Essa mentalidade é a que me ajuda a querer ser sempre um melhor jogador e melhor companheiro. Não podemos nos conformar com uma boa partida ou um título, sempre temos de ir por mais.
Confira outros trechos da entrevista
Sobre jogar do lado esquerdo da zaga
Já joguei muitas partidas na zaga pela esquerda. Vendo ao último jogo, gostei muito do que fizeram Bruno Méndez e Víctor Cuesta, foram muito sólidos. Tive a oportunidade de parabenizá-lo. De agora adiante, o Inter tem essa solidez que se precisa para fazer uma boa Libertadores e crescer no Brasileirão.
O que conhece do Inter
Já conheço perfeitamente o clube. É um clube muito grande da América do Sul e do Brasil. Tem muitas exigências e torcedores apoiando. Tenho uma boa relação com o D'Alessandro, que é um ídolo aqui. Ele me chamou para jogar aqui, mas eu estava na Espanha e tinha contrato, então não foi possível. Agora, quando surgiu a chance, falei com o treinador e com o clube e falei com ele (D'Alessandro). Ele me disse maravilhas daqui, assim como Cuesta e Saravia. Desde o primeiro dia que estou aqui, me trataram muito bem. Isso me dá muita vontade de poder jogar e trabalhar juntos.
Relação com Aguirre e outros estrangeiros
É uma ajuda para mim conhecer o corpo técnico, saber a forma de trabalhar e de pensar. Eles também me conhecem e sabem que gosto da exigência, de lutar a cada partida, de ser melhor a cada dia. Os jogadores que falam espanhol vão me ajudar muito, mas também vou tentar aprender português o mais rápido possível para não ter essa barreira e poder me comunicar com os companheiros.
Adaptação de começar como lateral e virar zagueiro
Para mim, não é difícil, porque comecei a carreira na base como zagueiro. É uma posição que conheço perfeitamente. Depois, por questões que tive na Argentina, me colocaram como lateral-direito, e a princípio eu não queria jogar por ali, mas me dei conta de que era uma possibilidade que se abria para entrar na equipe titular. Tratei de conhecer os movimentos. Aos poucos, fui melhorando, e com os anos fui me tornando um lateral melhor. Tive minha melhor passagem no River e no Estudiantes nesta posição.
Experiência para conquistar títulos
Para mim, é um enorme desafio. Como em toda equipe grande, a exigência também é grande. Sei perfeitamente o que querem os torcedores e o clube. Para isso, temos de lutar e ter na cabeça o objetivo. Há pouco tempo, Inter teve a possibilidade (de conquistar um título) e não conseguiu. Mas acredito que temos material para isso, tomara que seja possível. Vamos trabalhar para isso.
Principal característica como zagueiro
Não gosto muito de falar do que seria a minha melhor ou pior características, mas com as partidas verão minha forma de jogar e sentir o futebol. Sou um jogador que sempre tenta o máximo, que nunca se poupa. Não conheço outra forma que não seja essa, de ser um jogador profissional dentro e forma de campo, de ter uma vida ordenada. Creio que isso foi o que me ajudou a conseguir o que conquistei no futebol.
Posição que prefere jogar
Prefiro jogar como zagueiro central. Aqui, o calendário é exigente, e o treinador vai precisar de jogadores que façam outras posições. Se chegar um momento onde os laterais não estiverem disponíveis e o treinador precisar de mim, não terá nenhum tipo de problema.
Liderança em um grupo jovem
Estou surpreso com tudo o que encontrei no clube. Por como trabalham, não somente o corpo técnico, mas quem faz o dia a dia para que o Inter funcione bem. Claro que há jogadores jovens, mas são patrimônio do clube, eles precisam se sentir importantes. Vão crescer partida a partida. Para mim, o primordial é a atitude e a mentalidade com que se enfrentam as partidas, ter uma atitude positiva e uma mentalidade ganhadora é importante em qualquer lugar.