Dos 20 clubes da Série A do Brasileirão, 19 estiveram na sede da CBF na tarde desta terça-feira (15) e entregaram uma carta à entidade, exigindo a criação de uma liga nacional e mudanças nas eleições presidenciais da confederação. Único que não assinou o documento foi o Sport — e não por oposição. Os pernambucanos estão sem presidente após a renuncia de Milton Bivar e uma nova eleição não foi marcada.
Após a reunião, Alessandro Barcellos, presidente do Inter, manifestou-se através da assessoria de imprensa do clube. O mandatário elencou alguns motivos que fizeram os clubes da Série A criarem a liga organizada pelas agremiações.
— O objetivo principal disso é buscar garantir novas receitas. Temos de melhorar a vida financeira e também a organização de um calendário que responda os interesses dos clubes da Série A e da Série B. Esse foi o objetivo em uma união muito forte, com a presença dos clubes, dos seus presidentes, em um momento talvez histórico.
Barcellos citou a necessidade dos clubes adquirirem mais protagonismo no futebol brasileiro, ressaltando o vazio que se deu na CBF com o afastamento de Rogério Caboclo do cargo de presidente da entidade por 30 dias.
— Entendendo o momento não só que vive a CBF atualmente, mas o histórico mais recente e até mesmo de outros momentos complicados que passaram essa entidade. Entendo a importância dos clubes do futebol brasileiro estarem e serem mais protagonistas na gestão dessa entidade, como filiados e como responsáveis pelo futebol — completou.
Os clubes também pediram uma reformulação estatutária, sugerindo modificação no peso dos votos das equipes. Atualmente, os times brasileiros são chamados a participar da Assembleia Geral Eleitoral, mas têm poder de voto inferior: os presidentes das federações estaduais têm peso 3, os clubes da Série A têm peso 2 e os da Série B têm peso 1. É essa concentração de poder nas mãos das federações estaduais que os clubes querem discutir nesta semana.