De todos os Gre-Nais do ano, o deste sábado (3) é, em questão de tabela de classificação, o que tem menos importância. É pelo Gauchão, primeira fase, a Dupla ponteia. Os clássicos que vierem depois pesarão mais. Se forem pelo Estadual, serão mata-mata.
Assim como ocorrerá se valer pelas Copas do Brasil ou Sul-Americana. E se colorados e gremistas cruzarem pela Libertadores, sabemos como funciona. Certo mesmo é que haverá pelo Brasileirão, uma competição mais relevante.
Mas como imaginar um clássico sem relevância quando o Grêmio defende uma invencibilidade recorde dentro de casa? Pensando também na decisão da Libertadores que se aproxima, que surpresas Renato reserva na escalação?
No lado do Inter, haverá a estreia de um treinador espanhol que chega projetando uma nova era. Seguirá experimentando ou colocará o que pensa ter de melhor? E quantos meninos, em ambos os lados, estão sedentos por fazer história?
Missão maior: testar o elenco
No lado colorado, seja qual for o resultado, o que não deve ser alterada é a ideia de Miguel Ángel Ramírez de dar o máximo de rodagem possível aos jogadores no Gauchão. O espanhol falou várias vezes já que pretendia usar o Estadual para observar o comportamento de seus atletas em competições, para além do ambiente de treino.
Tudo será facilitado se vencer o Gre-Nal. Com a classificação encaminhada e até a liderança mais próxima, terá menos pressão para definir um time e repeti-lo, o que, aliás, já sinalizou que não fará.
— Os melhores têm de jogar, e vamos pensando, partida a partida, quais são os melhores para enfrentar cada adversário — explicou.
Do grupo atual do Inter, entre os possíveis titulares, o Gre-Nal só será novidade para Léo Borges, Caio Vidal e Carlos Palacios. Os dois primeiros até conhecem o clássico por causa da base, inclusive viveram o mais importante de todos, o da final da Copa São Paulo de juniores, mas para o chileno será uma estreia.
Nada melhor do que um duelo contra o Grêmio pelo Gauchão, sem tanto peso para o resto do ano, para começarem sua vida no profissional colorado. Por outro lado, o experiente Guerrero terá nova chance para fazer seu primeiro gol no clássico. Portanto, se não vale tanto assim pela situação do Gauchão, todos sabem que, quando se trata de Gre-Nal, há sempre muitas coisas e tabus em jogo.
— O clássico é o mesmo em qualquer campeonato, em qualquer momento da temporada — falou Miguel Ángel Ramírez após o jogo de quarta-feira.
O treinador está tentando se ambientar à partida. O comunicador Gio Lisboa, uma das vozes coloradas no Grupo RBS, pode ajudar:
— Gre-Nal pode valer a final de um campeonato ou um refri que a gente vai se carnear. É algo cultural, não é só um jogo. É a paixão dos torcedores do Rio Grande do Sul. Todo mundo quer ganhar, para chegar no trabalho ou no WhatsApp e tirar onda com o outro, alimentar essa rivalidade. De fato, olhando para o campeonato, não é um jogo tão importante, mas molda a carreira de jogadores e treinadores.