O Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) deu procedimento ao pedido de impugnação da partida entre Vasco e Inter, válida pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro. A decisão do presidente do STJD , Otávio Noronha, divulgada nesta sexta-feira (19), diz que a CBF deve disponibilizar os áudios do VAR e todos os vídeos do local da partida no dia do jogo, e deu 48 horas para que os clubes, a procuradoria do órgão jurídico e a própria CBF se manifestem após rever os lances.
Só então haverá uma decisão sobre a anulação da partida. Noronha avaliará as manifestações dos envolvidos para acata o pedido vascaíno ou não. Para aceitar o pedido e levar o caso ao Tribunal, ele terá que entender que o não funcionamento do VAR se configura um erro de direito. Configura-se o erro de direito um erro oriundo de uma ação intencional do árbitro ou devido ao desconhecimento da regra do jogo.
"Pelo exposto é que defiro o requerimento incidental formulado, determinando à Secretaria que Oficie a CBF, para que, com urgência, faça juntar a estes autos a gravação do V.A.R., tanto dos áudios quanto do vídeo, de todo o período relacionado à partida em questão; inclusive dos momentos que antecedem a realização da partida e até o encerramento", escreveu Noronha, na decisão divulgada pelo site do STJD.
Sendo assim, o jogo entre Inter e Flamengo, no domingo (21), pode não ser o do título colorado, dependendo das manifestações dos clubes e da decisão do STJD. O árbitro da partida também terá sua conduta analisada pela procuradoria do colegiado. Caso a denúncia do Vasco seja aceita, a partida do último domingo (14) ficará sub judice, com os três pontos conquistados pelo Inter sendo retirados da tabela de classificação.
A vitória colorada por 2 a 0 começou com um gol de cabeça feito por Rodrigo Dourado. O volante recebeu cruzamento em posição legal, porém o lance não pôde ser revisado pelo VAR por conta de uma falha do software que mede as distâncias dos jogadores dentro de campo e aponta se a posição é legal ou não. O Vasco entrou com um pedido de impugnação do jogo na segunda-feira (15).
A situação da falha do VAR está prevista no Manual de implementação em competições oficiais, da CBF. O documento afirma que a partida não pode ser invalidada devido aos seguintes problemas:
- Defeito(s) na tecnologia do VAR (inclusive na tecnologia da linha de gol – GLT)
- Decisão errada envolvendo o VAR (dado que o VAR é um membro da arbitragem);
- Decisão de não revisar um incidente;
- Revisão de uma situação não revisável.
Procurado pela reportagem de GZH, o Inter ainda não tinha se manifestado até a publicação desta matéria.