A torcida do Inter no Rio de Janeiro promete uma grande festa na chegada da delegação na tarde deste sábado (20). Os colorados que residem na capital fluminense estão organizando uma carreata desde o Aeroporto Santos Dumont até o Hotel Windsor, no Leme, que servirá de concentração para os jogadores.
Na tarde de sexta, o gaúcho Nunes Cavalheiro mantinha contatos com o GEPE, unidade especializada da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) no policiamento em estádios de futebol para buscar as autorizações necessárias para fazer a recepção aos jogadores, dirigentes e membros da comissão técnica assim que eles desembarcarem na cidade.
— Estamos falando com o GEPE para ter autorização de realizar uma carreata desde o aeroporto até o hotel — conta Cavalheiro, natural de Ijuí e que reside no Rio há 26 anos e que é o cônsul do Inter na cidade.
Formado em administração de empresas pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Nunes Cavalheiro diz que se apaixonou pela Cidade Maravilhosa em 1985, quando veio para a primeira edição do Rock In Rio.
— Ali eu pensei. Tenho que vir morar nessa cidade. Eu era gerente de uma rede de supermercados em Porto Alegre e consegui transferência para a filial aqui do Rio — diz um sorridente colorado que espera que a equipe faça história no domingo.
Nunes Cavalheiro ainda entrega: “Na verdade, eu falei pra eles que minha família viria pra cá e colou”. Apesar da distância o amor pelo clube do coração está nas roupas e na ornamentação da Barraca dos Colorados, localizada na praia do Leme.
Segundo o representante colorado no Rio, cerca de 20 torcedores fizeram reserva no mesmo hotel que a delegação ficará hospedada, na esperança de ter algum contato com os jogadores e com o técnico Abel Braga.
Caso o GEPE autorize, os colorados também organizam as “Ruas de Fogo” para o começo da tarde de domingo, pouco antes da delegação rumar para o Maracanã na busca pelo tetra brasileiro.
— Pedimos autorização também e temos duas possibilidades. Uma saindo do túnel na Avenida Princesa Isabel (limite do Leme com Copacabana) e outra na rua próxima ao hotel (Gustavo Sampaio). Aguardamos a autorização deles — informa o cônsul.
Sobre o jogo de domingo, Nunes Cavalheiro acredita que pode ser um episódio semelhante ao Mundial de Clubes de 2006.
— Ganhar um título aqui, dar uma volta no Maracanã será algo histórico, semelhante ao Mundial — projeta.
Enquanto conversava com a reportagem de GZH, o gaúcho de 54 anos foi alvo de brincadeiras de pessoas que o conhecem da barraca que está no mesmo local há uma década. “Está famoso, hein tio”, disse uma moça que estava próxima. Um outro homem, com camisa do Botafogo emendou: “vamos acabar com a banca deles (Flamengo) domingo”.
Segundo Nunes esse é o clima de seu local de trabalho, que recebe diversos gaúchos que residem no Rio ou que vem passar alguns dias de férias por aqui.
— Aqui recebo colorados, gremistas. Não tem essa de rivalidade. Tem que ser uma coisa sadia. Quando vem gremista aqui, usando camisa, tiro foto com eles também, a gente brinca — revela o administrador de empresas que tem seu escritório na Barraca Santa Tereza, número 37, quase na divisa das praias do Leme e de Copacabana.
Outro ponto tradicional de reunião de torcedores do Inter é o Bar Copinha, localizado na Rua Bolívar, no bairro de Copacabana. Ali, diversos colorados se reúnem para acompanhar jogos pela televisão e tentar empurrar o time com seu grito, com sua oração, com seu choro, com sua emoção.
E será desta forma, em Porto Alegre e em tantas outras cidades do Rio Grande do Sul, assim como no Rio de Janeiro, mesmo sem poder ir ao Maracanã, que milhões de colorados espalhados pelo mundo viverão as próximas horas, como se todos os anos desde aquela tarde de 23 de dezembro de 1979 até esse 21 de fevereiro de 2021 estivessem ligados e fossem uma sequência da impensável conquista invicta de Falcão & cia. Caberá a Patrick, Dourado, Edenilson e Yuri Alberto repetir aquela equipe vitoriosa e dar uma histórica volta olímpica no Maracanã.