Após a vitória sobre o Santos, pela segunda rodada do Brasileirão, sobraram elogios para a atuação do Inter. Dominando o adversário por praticamente todo o jogo, o Colorado empilhou chances e poderia ter feito até mesmo um placar mais elástico do que os 2 a 0. Mas, para entender o que ocorreu, é necessário dissecar as mudanças promovidas pelo técnico Eduardo Coudet.
No início de março, ao vencer a Universidad Católica por 3 a 0 no Beira-Rio, pela Libertadores, o treinador argentino pensou ter encontrado sua formação ideal. Naquela partida, o argentino usou com Marcos Guilherme e Boschilia abertos e Edenilson buscando a bola por dentro. Porém, as derrotas em Gre-Nais colocaram em xeque suas opções, que acabaram sendo revistas nesta quinta-feira (13).
Diante dos santistas, Coudet manteve o seu sistema tático preferencial, 4-1-3-2, mudando apenas um nome: Patrick por Marcos Guilherme. Contudo, mexeu nas peças, alterando posicionamentos. Boschilia, que atuava pela esquerda, foi centralizado na linha de três meias, empurrando Edenilson para o lado direito. E, por fim, Patrick ocupou o lado esquerdo.
Apesar de usar três jogadores que vinham sendo utilizados por Odair Hellmann no ano passado, a principal mudança se deu na postura exigida dentro de campo, com poucos toques na bola, mais troca de passes e pressão alta sobre o adversário, capaz de fazer com que o Inter chegasse a ter posse de bola superior a 60%.
— Concordo que fizemos um jogo muito bom, que ocorreu como havíamos pensado, mas simplesmente temos de seguir trabalhando. Eu sempre penso que podemos melhorar. Precisamos manter uma ideia de jogo e é dessa maneira que iremos nos manter da melhor maneira — avaliou o comandante colorado na noite desta quinta.
Melhorias
Comparando à atuação diante dos chilenos, de cinco meses atrás, percebe-se um avanço em alguns quesitos. Agora, por exemplo, o time colorado trocou mais passes (433 contra 346). A melhora é reflexo do desempenho do trio de meio-campistas. Destaque para Boschilia, responsável por 43 passes certos — 12 a mais do que Edenilson executando a função central ou 20 a mais do que ele próprio, quando atuou pelo lado esquerdo.
Outro ponto em que a equipe apresentou melhoria foi no desarme, roubando oito bolas a mais do que naquela vitória contra a Católica. Neste ponto, o acréscimo foi dado por Patrick que, sozinho, foi responsável por sete desarmes contra o Santos, ficando à frente de todos os jogadores de defesa.
— Nós jogamos a cada três ou quatro dias e sabemos que estamos em um clube passional. Em uma semana você está por cima e na outra por baixo. Temos de buscar uma continuidade no trabalho. Vejo o grupo convencido de uma forma e uma ideia de jogo — concluiu Coudet.