O Inter não vencia as duas primeiras rodadas do Brasileirão desde 2009, quando foi o melhor time do primeiro turno e terminou como vice-campeão nacional. Conseguiu, 11 anos depois, repetir os seis pontos em dois jogos muito graças a Paolo Guerrero, que marcou gol nas duas partidas e celebrou a sequência positiva na arrancada da competição.
— O time está muito maduro, cada dia entendendo o que o professor pede. Todo mundo está de parabéns pela dedicação. Tem de continuar trabalhando, porque ainda falta muito, mas estamos construindo nosso caminho — comemorou o peruano, que abriu o placar contra o Santos e deu um lindo passe para Edenilson ampliar o marcador no Beira-Rio.
Outro decisivo na vitória colorada foi o lateral-direito Saravia, que fez sua melhor partida com a camisa colorada. Foi dele o cruzamento certeiro para Guerrero marcar. O jogador explicou que essa é uma jogada treinada pelo técnico Eduardo Coudet.
— Sabemos que temos atacante com bom jogo aéreo. Trabalhamos muito os cruzamentos. Era um jogo em que tínhamos muitas chances por fora e sabíamos que, em algum momento, o Guerrero ou o Galhardo iam marcar se houvesse um bom cruzamento. Estou feliz pela assistência, que é o mais importante — vibrou o argentino.
Quanto ao jogo, Coudet ressaltou a boa partida feita pelo Inter. Mas lembrou que é preciso melhorar, especialmente no que diz respeito às chances de gol.
— Fizemos um jogo muito bom, como havíamos pensando. Temos de seguir trabalhando, mas sempre penso que podemos melhorar. Os times do Brasileirão são muito parelhos. Precisamos manter uma ideia de jogo e é dessa maneira que iremos nos manter bem — frisou o treinador.
Questionado sobre a possibilidade de novas contratações, Coudet garantiu que o Inter está sempre atento ao mercado, mas que tudo depende da parte financeira. O técnico chegou a dizer que a pandemia atrapalhou os planos do clube na busca por reforços:
— Vim para dirigir um superInter, mas depois passou um monte de coisas que não se deram economicamente e mudou o discurso do clube. Temos de ter inteligência para buscar jogadores, temos de ter imaginação e buscar por todos os lados para armar um plantel muito bom e barato. Penso que conseguimos.
Eduardo Coudet ainda falou sobre o grupo de jogadores e a necessidade de preservar alguns atletas. Com a sequência de jogos, o técnico considerou inevitável rodar o time para diminuir o risco de lesões.
— Vocês conhecem o futebol, sabem como são as viagens. Se tem algo que não podemos mudar é a fisiologia. Precisamos ver como chegam os jogadores para domingo. Veremos isso para pensar na nossa estrategia. Trabalhamos com todos da mesma maneira para que os jogadores estejam no mesmo nível — destacou o comandante colorado.
Sobre a próxima partida, contra o Fluminense, no domingo (16), disse ainda não saber qual time vai mandar a campo, mas elogiou a equipe carioca e, em especial, o técnico Odair Hellmann.
— No futebol, sempre se olha para o resultado final, mas o Inter com o Odair chegou às quartas de final da Libertadores e à final da Copa do Brasil. Não é fácil o que ele fez. Ele fez um grande trabalho. Claro que os treinadores têm diferentes maneiras de pensar o jogo. Por isso, há diferenças quando se troca o treinador. Há diferenças de modelo, mas temos de ressaltar o que foi feito anteriormente — salientou Coudet.