O Inter tem uma missão para cumprir até a terça-feira (28): encontrar um lugar para jogar na quarta-feira (29) sua última partida na fase de grupos do segundo turno do Gauchão. Depois das negativas de Porto Alegre, Novo Hamburgo, Caxias do Sul, Alvorada e Santa Cruz do Sul, o clube pode mandar seus jogos em Cachoeirinha. Representantes colorados já avaliaram o gramado do estádio do Cruzeiro, e as impressões foram positivas. A preocupação é encontrar um campo em boas condições, já que a grama foi apontada pelo clube como um dos motivos do empate em 1 a 1 com o Esportivo, sábado (25), em Bento.
– O Inter fez vistoria e aprovou, eles gostaram do que viram. O campo e as instalações estão boas. Colocamos à disposição da federação – afirmou Dirceu Castro, presidente do Cruzeiro.
Ao narrador Pedro Ernesto Denardin, o prefeito de Cachoeirinha, Miki Breier, afirmou que uma reunião hoje, com o comitê responsável pelas medidas de prevenção à disseminação do coronavírus, discutirá a possibilidade de colocar a cidade na rota do Gauchão. Breier adianta que não vê problemas em receber partidas.
O problema do estádio é a falta de refletores. Por isto, não pode sediar partidas à noite. No entanto, o presidente da FGF, Luciano Hocsman, já admitiu que pode alterar horários de jogos da última rodada.
Uma alternativa, além de Lajeado, seria o CT Hélio Dourado, do Grêmio. O presidente Romildo Bolzan Júnior colocou a estrutura do clube à disposição dos colorados.
– Se quiserem, (emprestamos) com o maior prazer – afirmou ontem o dirigente gremista.
– Se fosse o contrário, num cenário em que tivéssemos o CT à disposição e o Grêmio sem lugar para jogar, faríamos o mesmo – respondeu Alexandre Chaves Barcelos, vice-presidente colorado.
Reclamações
Após o empate com o Esportivo em 1 a 1, jogadores, o técnico Eduardo Coudet e o vice de futebol, Alessandro Barcellos, criticaram o gramado da Montanha dos Vinhedos. O treinador argentino chegou a fazer uma frase de efeito para mostrar sua indignação:
– Não sei preparar um time para jogar em campo assim. Se vamos jogar todas as partidas em lugares como esse, o Inter vai precisar de um novo treinador.
Coudet disse também que não teria como fazer uma análise futebolística em um campo como o de sábado:
– Vocês veem pela TV, mas não podem pisar, para ter uma ideia do que é. Os campos ruins equilibram para baixo, deixam mais fácil destruir do que construir. Vai ser muito difícil treinar uma coisa e, na hora do jogo, pedir outra. É frustrante não ter as condições mínimas para trabalhar.E dessa maneira, vamos ver cada vez mais partidas ruins.
Alessandro Barcellos foi no mesmo caminho. Evitou criticar Caxias e Esportivo, os donos das casas onde o Inter jogou – cidades em que a geada prejudicou os gramados.
– Estamos trabalhando com situações em que o Inter possa desempenhar sua condição de mandante em gramados com condições melhores. Espero que até segunda consigamos resolver, junto com a federação, para atuarmos em um gramado melhor. As alternativas estão todas abertas. Acho que o CT de Alvorada e o Beira-Rio poderiam ser liberados – ressaltou, no sábado, ao final da partida diante do Esportivo.
Outro ponto que chamou a atenção na partida com o Esportivo foi que Coudet escalou um time reserva. Dos titulares do Gre-Nal, apenas Marcos Guilherme voltou a jogar. De acordo com o treinador, foi uma necessidade:
— São 180 minutos em três dias, sem treinos específicos. Se alguém fisiologicamente me diz que é possível jogar, o errado sou eu. Mas não tenho como arriscar isso.
Na próxima rodada, existe a expectativa de que mais titulares estejam em campo. Resta saber onde vão jogar.