Como qualquer colorado, não gostei quando Edinho aceitou jogar no Grêmio, na temporada 2014. É aquela coisa passional. E, quando ele disse em uma entrevista que a vitória por 5 a 0 naquele Gre-Nal da Arena tinha sido a maior da sua carreira, eu ri. Mas, depois, fiquei indignado. Bem indignado.
Como pode um jogador que venceu Mundial, Libertadores, Recopa e Sul-Americana pelo Inter, entre outros títulos, achar uma vitória em clássico maior do que tudo isso? Sei que a rivalidade Gre-Nal, para muitos, é o que mais importa. Mas convenhamos: ele falou uma tremenda bobagem.
Sei lá se foi traído pela euforia ou quis fazer média com seus companheiros de clube da época. Em tempos de informação instantânea e julgamentos imediatos, a declaração foi muito mal recebida pelo lado vermelho. Ficou ruim para ele. Ainda mais por ter se referido a um grupo de atletas que é e será idolatrado para sempre pela torcida colorada.
Só que aí eu pergunto: como qualquer ser humano, quantas vezes você falou coisas erradas em horas erradas? Pois é.
O momento certo
Domingo (7), vendo a reprise do jogo contra o Barcelona e a boa atuação de Edinho, fiquei me perguntando se não seria esta a hora certa para perdoá-lo. Quando, no segundo tempo, ele estica o pé e intercepta aquela bola cruzada por Xavi - que muito provavelmente iria para dentro do nosso gol -, eu vibrei. Sorri. E, naquele instante, talvez tomado pelo sentimento que a conquista nos traz, resolvi perdoá-lo.
Não imagino um momento melhor para isso. No fim do jogo, escrevi sobre no meu Twitter. As opiniões se dividiram. Entendo quem não supera a mágoa, mas admiro os que perdoam.
Sei que esse assunto não vai chegar a uma unanimidade, mas, pelo menos para mim, as memórias das conquistas de Edinho serão maiores do que sua frase infeliz.