
Três jogadores importantes da história do Inter, mas que não foram titulares na final da Libertadores de 2006. O atacante Michel, o meia Adriano Gabiru e o lateral-direito Elder Granja viram o final do jogo contra o São Paulo em locais diferentes do Beira-Rio, mas vibraram na mesma intensidade, como se não houvesse amanhã.
Michel iniciou a campanha como titular. Jogou cinco das seis partidas da fase de grupos e fez gols importantes, como o primeiro da goleada por 3 a 0 sobre o Nacional-URU, na segunda rodada do torneio. Ao longo da competição, porém, acabou perdendo a vaga para Rafael Sobis. Nada que tenha abalado sua confiança.
Superou as vaias que sofria de parte da torcida e virou uma espécie de 12º titular do técnico Abel Braga. Entrava em quase todos os jogos, e não seria diferente na final. Ingressou no segundo tempo das duas partidas decisivas contra o São Paulo e viu de dentro do campo o árbitro Horacio Elizondo apitar e o Inter conquistar a América pela primeira vez.

— Não lembro para onde corri, mas a gente se abraçou. Foi uma sensação de alívio muito grande, de dever cumprido. Se tivéssemos perdido, seria difícil para o clube e até mesmo para a nossa continuidade em Porto Alegre. Tiramos um peso das costas e comemoramos muito aquela conquista. É algo que está marcado na vida de cada um daquele grupo — garante Michel.
Se ele estava dentro do campo na hora do apito final, o herói da conquista do Mundial, Adriano Gabiru, estava à beira do gramado, no banco de reservas. Ele foi relacionado, mas não chegou a ser utilizado naquela partida. Por isso, assistiu aos companheiros da casamata.

— Naquele momento todo mundo se abraçou. Foi uma sensação maravilhosa, ser campeão da Libertadores com a torcida do lado, o estádio, lotado. Nunca vou esquecer. Mesmo sem ter entrado naquele jogo, sei que ajudei na campanha, fiz gols, e o grupo todo mereceu aquele título — diz Gabiru.
Mesmo no Beira-Rio, quem assistiu à partida mais de longe foi Elder Granja. O lateral-direito também iniciou a campanha do título como titular, mas teve uma grave lesão na panturrilha e ficou de fora dos jogos finais. Foi substituído por Ceará e acompanhou a maior parte do jogo de uma camarote no estádio, com a família.

— Passei aquele dia todo com o grupo, no hotel, no ônibus e depois no Beira-Rio. Era o momento de estarmos todos juntos. Assisti ao jogo do camarote, mas pouco antes do fim do jogo desci para comemorar com o pessoal. Mas parecia que eu estava em campo de tão nervoso que fiquei naquela partida — lembra Elder Granja.
A festa após o jogo entrou madrugada adentro. Seguiu, inclusive, pelos dias seguintes. Na quinta-feira, um jantar pago pelo clube uniu todos os campeões. Titulares ou reservas, ídolos ou não, cada um que esteve naquele grupo do Inter de 2006 está marcado na história do clube e será lembrado pelo título inédito conquistado há quase 14 anos.