O Inter pintou a América de vermelho. O empate em 2 a 2 com o São Paulo, no Beira-Rio, naquele 16 de agosto de 2006, foi maior do que uma vitória. Era a realização de um sonho. Por isso, a festa dos colorados após a conquista daquela Libertadores foi tão emblemática.
A comemoração pelo título inédito entrou pela madrugada no Rio Grande do Sul. Em Porto Alegre, o tradicional ponto de celebração de torcedores, a Avenida Goethe foi tomada pelos colorados cerca de três minutos após o fim do jogo.
"Os bares Kripton e Twister foram os pontos mais movimentados e a esquina da rua Liberdade chegou a ser fechada durante a partida", descrevia a edição de Zero Hora do dia seguinte à conquista.
— Festa na Goethe era algo que tinha que ter depois de uma grande conquista, historicamente foi assim — recorda Diogo Olivier, repórter que cobria o Inter em Zero Hora naquela época.
No Beira-Rio, os mais de 50 mil torcedores que viram de perto a decisão se recusavam a deixar o estádio. Atônitos, queriam ficar mais tempo na casa colorada, vibrar mais e mais com a conquista que mudava o Inter de patamar.
"Nas cercanias do Beira-Rio, torcedores ficaram de joelhos ao saírem do portão 8. Outros dançavam no estacionamento ao som de Poeira, de Ivete Sangalo. O congestionamento tomou conta da região", escreveram os jornalistas Gabriel Brust e Rodrigo Müzell na Zero Hora do dia 17 de agosto.
— A festa da torcida, depois, foi na Goethe. O viaduto da Silva Só ficou interrompido para quem fosse para o lado do Parcão. A comemoração foi madrugada adentro — lembra Zé Alberto Andrade, repórter da Rádio Gaúcha.
Um buzinaço, inclusive, se alastrou pela cidade. Um carro com as portas abertas ditava o hit da noite tocando o funk "Uh! Terror! Fernandão é matador".
Mas nem só por lá teve festa. Pelo interior do Estado, carreatas e torcedores na rua de diversas cidades. Em Passo Fundo, por exemplo, até a estátua de Teixeirinha entrou na festa e foi cobertas com bandeiras do clube.