Depois de escolher a final do Brasileirão de 1975 como jogo a ser rememorado no especial "Saudade do Esporte", o torcedor colorado pôde desfrutar neste domingo (3) de uma entrevista com o técnico daquele Inter. Aos 91 anos, Rubens Minelli concedeu entrevista ao programa "Cardápio de Domingo" e recordou detalhes da primeira vez que um clube do Rio Grande do Sul levantou a taça nacional.
— Praticamente, demos vida ao futebol gaúcho com aquela conquista. A equipe era muito boa, tinha jogadores individualmente maravilhosos e um jogo de conjunto muito bem executado. Chegou aonde chegou por todos estes fatores — comentou o ex-treinador.
— Era orgulho para gaúchos e mineiros, porque deixaram o eixo Rio-São Paulo de fora da final do Brasileiro. Eram, de fato, as melhores equipes do Brasil. Mas nós tivemos a felicidade de ganhar o jogo e chegamos à conquista de um título inédito para o futebol gaúcho — completou.
Minelli também lembrou de uma lesão muscular sentida pelo goleiro Manga, que por pouco não tirou o camisa 1 da decisão. Naquele jogo, Manga protagonizou boas defesas, em finalizações do lateral-direito Nelinho, do Cruzeiro.
— Foi uma situação bem difícil, porque se nos privarmos dele, que era uma das bases daquela equipe, faria muita falta. Ele me disse: "Vou jogar, só não posso bater o tiro de meta". Então, eu disse: "Não bate o tiro de meta, entra lá e defende". O Nelinho era um exímio cobrador de faltas. Chutou da maneira como estava acostumado, mas o Manga defendeu como também estava acostumado. Eram dois craques — avaliou o técnico.
Natural de São Paulo, Minelli havia chegado ao Beira-Rio em 1974, com o cartaz de ter dirigido o Palmeiras na conquista do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (equivalente ao Brasileiro), em 1969. Àquela época, o Inter detinha a hegemonia estadual, mas não conseguia figurar em nível nacional.
— De uma maneira geral, o torcedor estava satisfeito com a campanha que a equipe vinha fazendo. Existiam aqueles que acreditavam que o Internacional ia nadar, como nas vezes anteriores, e não ia chegar. Então, nós ganhamos. Foi uma vitória maravilhosa e deixamos todos aqueles derrotistas batendo palmas para nós — declarou ele, que deixaria o clube somente em 1976, depois do bicampeonato brasileiro.