O relatório das finanças do Inter surpreendeu positivamente aos conselheiros do clube, uma semana antes da votação das contas de 2019 da gestão do presidente Marcelo Medeiros, marcada para o dia 16 de abril. A boa notícia foi o déficit de apenas R$ 3.019.464, quando era esperado um resultado negativo de aproximadamente R$ 12 milhões. O parecer do Conselho Fiscal recomenda a aprovação sem ressalvas.
A direção aponta dois motivos para a melhora na situação financeira: a venda do atacante Nico López para o Tigres-MEX por US$ 10 milhões (cerca de R$ 41,5 milhões) e os cortes de gastos feitos pela gestão.
O Inter não tem superávit nas contas desde 2015. Desde então, o clube todos os anos vem fechando no vermelho. Em 2016, último ano da gestão de Vitório Piffero, o déficit foi de R$ 27,5 milhões. Em 2017, primeiro ano de mandato de Marcelo Medeiros, o resultado negativo foi de R$ 62,5 milhões. Em 2018, o saldo negativo das contas caiu para R$ 9,5 milhões, graças ao perdão de uma dívida de R$ 25 milhões do empresário Delcir Sonda.
Para 2020, o Inter aprovou um plano orçamentário prevendo déficit de R$ 13,6 milhões. Porém, após o resultado negativo de 2019 ter sido de R$ 3 milhões e diante dos cortes de gastos já feitos no início da atual temporada, existia a expectativa de que, em 2020, o clube pudesse apresentar finalmente, pela primeira vez em cinco anos, um superávit nas contas.
No entanto, em virtude da pandemia de coronavírus, isso não será possível. Com a paralisação no futebol, o clube trabalha com a possibilidade de ficar até três meses sem receitas significativas, fazendo com que, pelo quinto ano seguido, as contas coloradas fechem no vermelho.