No dia 19 de julho de 2016, o Inter oficializava em suas redes sociais o acerto com o atacante Nico López. Mediante o compromisso de que pagaria 11 milhões de dólares (aproximadamente R$ 36 milhões), o Colorado adquiria 50% dos direitos econômicos do atleta. Aos 22 anos de idade, o uruguaio se tornava a contratação mais cara da história do clube gaúcho.
Revelado no Nacional-URU, o jogador havia sido comprado pela Roma em 2012, muito jovem. Acabaria negociado com a Udinese, rumando ainda para o italiano Hellas Verona e ao espanhol Granada. Sem conseguir obter o sucesso imaginado no futebol europeu, foi devolvido, por empréstimo, ao seu clube de origem no Uruguai. Foi quando chamou a atenção dos dirigentes colorados ao contribuir para que o time do Parque Central chegasse às quartas de final da Libertadores de 2016.
No Beira-Rio, o momento era de turbulência. Após uma sequência de seis rodadas sem vitórias, o Inter despencava da liderança para o meio da tabela do Brasileirão. Argel Fucks havia deixado o cargo, e o novo técnico era Paulo Roberto Falcão. Neste cenário, a contratação do atacante representaria uma esperança de reação.
Após quatro meses de negociações com uruguaios e italianos, o Inter enviou uma comitiva a Montevidéu e, depois de longas reuniões, recebeu a documentação necessária para efetuar o registro no sistema de transferências da Fifa (TMS). Tudo isso a apenas seis horas do fechamento da janela de transferências.
— Eu estive há quatro meses em Londres. Foi o primeiro passo que foi dado junto à Udinese. Este contato foi extremamente importante para mostrar a forma que o Inter trabalha — revelou o então vice-presidente de futebol, Carlos Pellegrini, depois de concluir a transação.
Para quitar as parcelas que foram acertadas, a direção colorada contou com o aporte financeiro do empresário Delcir Sonda, que já havia sido parceiro nas contratações de D’Alessandro, Kleber, Aránguiz, entre outros. Faltava concluir a transação a tempo de inscrevê-lo.
— Chego muito motivado. Se demorou o anúncio, foi por problemas pessoais e não por decisão minha. Sei que é uma oportunidade importante, uma equipe muito grande. Tem uma grande torcida, com muitos sócios. Estou contente por vestir a camiseta — manifestou o próprio atleta em sua apresentação no Beira-Rio.
A estadia de Nico López em Porto Alegre começou em baixa. Em 14 jogos na primeira temporada, marcou apenas um gol, sem conseguir evitar o primeiro rebaixamento da história do clube. O uruguaio conseguiria recuperar um pouco de sua imagem ao terminar as temporadas de 2017 e 2018 como goleador do elenco colorado. Por fim, em dezembro do ano passado, foi vendido ao Tigres, do México, por 8 milhões de dólares (R$ 36,5 milhões).