Se os colorados sonham com o retorno de Charles Aránguiz é porque ele deixou boa impressão no Beira-Rio. Apesar de passagem breve, de apenas um ano e meio, o volante chileno conquistou dois Campeonatos Gaúchos e foi uma das grandes figuras que, em 2015, ajudaram o Inter a chegar na semifinal da Libertadores. E toda essa relação começou em janeiro de 2014, quando o atleta foi anunciado oficialmente como reforço colorado.
Aránguiz chegou a Porto Alegre desconhecido de grande parte da torcida, mas o cartaz era promissor. Destaque da Universidad de Chile, ele era figura certa na seleção chilena que disputaria a Copa do Mundo no meio do ano, no Brasil. Com 24 anos, chegava inicialmente por um período de empréstimo de seis meses, com preço fixado para compra junto à Udinese, da Itália.
— Penso em ficar mais. Não me importa se são seis ou oito meses. Para isso, tenho de trabalhar e aproveitar as oportunidades. Agora depende de mim mostrar em campo o que sou — anunciou o próprio jogador em sua apresentação, no CT Parque Gigante.
Não demorou muito para que o camisa 20 se tornasse titular e uma das referências da equipe comandada por Abel Braga, que conquistou o Gauchão no primeiro semestre. Veio o Mundial e o volante repetiu as ótimas atuações pelo Chile, marcando gol até contra a então campeã Espanha, eliminando-a na primeira fase da competição. O atleta começava a sofrer assédio dos clubes europeus, então o Inter precisava assegurar sua permanência no Beira-Rio.
No dia 6 de junho, o Colorado pagou os 5 milhões de dólares (cerca de R$ 12 milhões, pela cotação da época), que estavam acordados com os italianos. Tratava-se da contratação mais cara da história do clube gaúcho (que seria superada por Nico López, em 2016).
— O Inter tem enorme satisfação de tornar público oficialmente que Aránguiz será pelos próximos quatro anos jogador do clube. Estivemos no Chile para fazer a operação o mais rápido possível e o jogador assinou toda a documentação. Ele ficou muito feliz com a permanência no Inter — declarou Marcelo Medeiros, que naquela época exercia o cargo de vice-presidente de futebol no clube.
Logicamente, os cofres colorados não dispunham de todo este valor àquela altura. A saída foi recorrer ao empresário Delcir Sonda, que já havia ajudado a direção a trazer outros atletas, como D’Alessandro, Kleber e Martín Luque.
Assim, ficava estabelecido que, em caso de uma futura venda, o investidor teria o retorno de seu investimento. De fato, a situação se concretizou na metade de 2015, quando o chileno acabou negociado com o Bayer Leverkusen, da Alemanha, onde atua até hoje.