O Inter vai enfrentar nesta quarta-feira (26), às 21h30min, o compromisso mais importante deste começo de temporada com a partida de volta contra o Tolima, que definirá sua vida na Libertadores. O time de Eduardo Coudet que vai entrar no Beira-Rio em busca da vaga na fase de grupos terá a volta de D'Alessandro como grande atração em relação ao jogo na Colômbia.
Coudet justificou a decisão de deixar D'Ale no banco na ida em razão da desgastante viagem que a delegação fez para chegar a Ibagué e também pelo fato de o camisa 10 ter atuado os 90 minutos no Gre-Nal, quatro dias antes. Sem ter tido compromisso no final de semana, o Inter ganhou a semana livre para se preparar para a partida desta quarta, tempo aproveitado para que D'Alessandro possa chegar 100% ao jogo desta quarta-feira.
— No jogo de Ibagué, entende-se a opção de Coudet. D'Ale não tinha condição física para encarar os colombianos de igual para igual no início da partida, mas foi o grande agente transformador da equipe quando entrou no segundo tempo. Seu posicionamento e as jogadas por ele propostas arrumaram o desenho colorado, abriram espaços e fizeram os companheiros correrem corretamente, o que desgasta menos. Agora, fisicamente a pleno, provavelmente dará contribuição técnica, tática e também emocional em um momento considerado de alto risco — avalia o colunista de GaúchaZH José Alberto Andrade.
Os números mostram a importância de D'Alessandro para o Inter neste começo de ano. Em seis jogos temporada, o argentino marcou dois gols e deu duas assistências. No mesmo número de jogos no início de 2019, por exemplo, ele não havia feito nenhum gol e dado apenas uma assistência.
— Apesar dos seus quase 40 anos, com D'Alessandro em campo o Inter sempre ganha em controle de jogo com a bola e criatividade. Em um momento de decisão, a importância de um jogador como ele cresce ainda mais — diz o analista do Footure Vinícius Fernandes.
Posicionamento
A volta de D'Ale é a única mudança certa no Inter para esta quarta, já que Moisés não treinou no domingo e deve permanecer fora. Existe dúvida, porém, sobre quem vai sair para a entrada do camisa 10. O mais provável é ocorra uma simples troca por Marcos Guilherme, mas não está descartado que Coudet saque algum jogador do meio-campo. O comentarista do Esporte Interativo e colunista do Yahoo Alexandre Praetzel acredita que o treinador deveria adotar a segunda opção.
— Penso que o Coudet ainda está jogando mais para se classificar e depois vai tentar mexer no time. Mas na Colômbia foi um risco muito grande. O time foi mal, e poderia ter perdido a classificação. Para este jogo, eu escalaria o D'Alessandro vindo de trás, com Marcos Guilherme ou Pottker ao lado do Guerrero — opina.
Apesar de ter sido considerado bom por Eduardo Coudet e pelos jogadores, o empate de 0 a 0 na Colômbia obriga o Inter a vencer o Tolima em Porto Alegre. Em razão disso, Vinícius Fernandes acredita que o jogo no Beira-Rio exigirá uma postura mais agressiva da equipe.
—Na partida da Colômbia, eu achei justificada a manutenção de um meio-campo de mais força física e combatividade. Penso que no Beira-Rio o Inter vai ter que dar mais as cartas e enfrentará um adversário ainda mais comedido. Gostaria de Boschilia atuando por dentro, onde hoje está o Rodrigo Lindoso.
A expectativa da direção do Inter é de um público de 40 mil pessoas na quarta-feira, um Beira-Rio quase cheio esperando mais uma noite de luxo de D'Alessandro para comandar a classificação para a fase de grupos da Libertadores.