A amostra ainda é pequena, mas o trabalho do técnico Eduardo Coudet já gera repercussão positiva no Beira-Rio. A maior liberdade para o meia D'Alessandro e a adoção de um esquema tático que faz o time do Inter agredir mais pelos lados sem desproteger a defesa causam satisfação interna e confiança em bons resultados na temporada
Confia abaixo as três virtudes apresentadas pelo time do Inter nos dois primeiros jogos de 2020 que estão conquistando admiração nos bastidores do clube.
1) Um time sem extremas: maior ofensividade pelos lados e melhor proteção à defesa
Há vários anos, o Inter joga com meias abertos pelos lados, os chamados extremas. Tanto no esquema 4-2-3-1 quanto no 4-1-4-1, os atletas de beirada tinham a responsabilidade de atacar pelas pontas e também marcar os laterais ou ponteiros adversários, tarefa que costuma ser desgastante. No Inter, Coudet divide as funções. O apoio pelas pontas cabe aos laterais, que avançam bastante, enquanto a marcação fica sob a responsabilidade dos volantes Edenilson e Patrick, ambos protegidos por um cabeça de área (Rodrigo Lindoso ou Musto). Com essa formação, há o entendimento de que o time fica agressivo, intenso e, ao mesmo tempo, seguro defensivamente.
2) Maior liberdade para D'Alessandro
Aos 38 anos, o argentino não tem mais energia para correr atrás do lateral adversário ou executar tarefas defensivas. Por ordem de Eduardo Coudet, o meia atua agora mais próximo do centroavante Paolo Guerrero, com mais liberdade para atacar e menos compromisso com a marcação. A excelente atuação do camisa 10 na vitória por 3 a 1 sobre o Pelotas é considerada uma amostra importante do quanto essa estratégia pode dar certo. O problema é que, em jogos mais difíceis, o meia terá de pressionar a saída de bola dos zagueiros, algo que o treinador não abre mão. Caberá ao capitão colorado mostrar que ainda tem intensidade para isso.
3) Intensidade alta e foco na parte física
Eduardo Coudet exige intensidade e marcação forte sobre a saída de bola adversária. Se o time perde a bola no campo de ataque, a ordem é não recuar e tentar recuperar a posse o mais próximo possível do gol. Para executar essa estratégia, é importante um bom preparo físico. Por isso, o treinador argentino e a sua comissão técnica foram elogiados por dar ênfase à parte física no início da pré-temporada.