A competência de Eduardo Coudet será colocada à prova mais cedo em 2020, no início da trajetória do técnico argentino no Beira-Rio. Na noite dessa quarta-feira (4), o Inter foi derrotado pelo São Paulo por 2 a 1 no Morumbi e não tem mais chance de terminar o Brasileirão no G-6. Assim, caso confirme a última vaga na pré-Libertadores, o time terá de encarar mata-mata já a partir de 5 de fevereiro, com menos de um mês de treinos.
Apesar do resultado negativo no Morumbi, o Inter foi beneficiado pelo empate do Fortaleza com o Fluminense, no Maracanã, e poderá garantir a vaga na Libertadores sem entrar em campo. Para isso, basta que o Goiás não vença o Palmeiras, em Campinas, na noite desta quinta-feira (5).
O clima no vestiário colorado foi de desânimo após a derrota. A expectativa era vencer o São Paulo e, não apenas se garantir na fase preliminar, como ficar perto de um lugar direto nos grupos da Libertadores. Como ocorreu nas finais do Gauchão e da Copa do Brasil e nos confrontos com o Flamengo no torneio continental, o Inter fracassou em mais uma partida decisiva na temporada.
— Era uma final para nós. Queríamos fazer o resultado e não depender dos outros. Queríamos a vitória para conseguir a vaga direta, mas não fizemos um bom primeiro tempo. Mesmo tomando o gol, fizemos um segundo tempo melhor. Agora vamos pensar em terminar (o campeonato) da melhor forma — disse o lateral Uendel, que está fora da partida contra o Atlético-MG no domingo (8) por suspensão.
O técnico Zé Ricardo admitiu a má atuação do Inter, que foi dominado pelo São Paulo ao longo da partida. O treinador, no entanto, teve dificuldade para explicar os motivos que fizeram seu time ter uma postura tão apática no jogo que foi tratado, pelo menos nos discursos, como uma decisão.
— O resultado final da partida foi justo. Nós não fizemos por merecer algo melhor e o São Paulo foi superior. Depois do primeiro gol, a gente se descontrolou um pouco — admitiu o treinador.
Zé Ricardo também justificou a decisão de deixar D’Alessandro no banco. O treinador disse que sua ideia foi apostar em um time com maior poder físico e usar o argentino quando o São Paulo estivesse desgastado.
— Nós entendemos que o São Paulo iria fazer uma marcação muito forte. A gente precisava ter uma intensidade no comportamento tanto defensivo quanto ofensivo para desgastar o adversário. Queríamos deixar o São Paulo desconfortável com a posse de bola. A entrada do D’Alessandro estava prevista, mas o segundo gol acabou colocando tudo por terra. Estratégias algumas vezes dão certo e outra não — explicou.
O resultado final da partida foi justo. Nós não fizemos por merecer algo melhor e o São Paulo foi superior"
ZÉ RICARDO
Técnico do Inter
Ainda que o Goiás vença o Palmeiras, o Inter seguirá com uma condição favorável para ficar com a última vaga brasileira na Libertadores. Para isso, bastará vencer o Atlético-MG no domingo. A classificação como oitavo colocado no Brasileirão, de acordo com o diretor-executivo Rodrigo Caetano, não deverá ser motivo de comemoração para o clube.
— Nós entramos na competição para mirar as primeiras posições. Após a Copa do Brasil, a nossa equipe oscilou e classificar para a Libertadores eu entendo que seria a nossa obrigação, já que não conseguimos algo melhor. De forma alguma a gente tem de comemorar. Se tivéssemos na fase de grupos da Libertadores, eu poderia dizer que o ano teria sido bom como um todo — avaliou.
O Inter retorna a Porto Alegre no começo da tarde desta quinta-feira (5). Diante do Atlético-MG, o Inter tentará ao menos se despedir da torcida no Beira-Rio com vitória em um ano em que os objetivos não foram alcançados.
Ouça a entrevista coletiva do técnico Zé Ricardo: