Restou a vaga na pré-Libertadores, que virá no domingo (8), com um empate com o Atlético-MG. Ou até antes, na noite desta quinta-feira, se Goiás não vencer o Palmeiras. Mas, convenhamos, está de bom tamanho para o que o Inter fez no returno do Brasileirão. Que teve um extrato fiel no Morumbi, na derrota de 2 a 1 para o São Paulo. Em um confronto direto pela vaga direta na Libertadores e por um 2020 menos atropelado na sua largada, o Inter jogou em boa parte do tempo de forma morna, arrastada, sem a gana que a partida merecia.
Claro que a escalação ajudou. Zé Ricardo iniciou com D'Alessandro no banco de reservas e só o lançou aos 10 minutos do segundo tempo, quando já estava 2 a 0. Foi com a entrada do argentino que o Inter mudou de postura e passou a jogar um futebol mais razoável. O que torna mais inexplicável ainda a decisão.
Se o Inter mantém D'Alessandro no grupo, com um salário elevado e o tem como a grande referência, por que em um jogo crucial para o destino do time ele assiste a tudo do banco por 55 minutos? Se o problema é físico, parece óbvio que o melhor é com ele desde o início, para tentar colocar o time em vantagem, e não para que tente reverter o placar, como foi no Morumbi.
Evidentemente que a derrota não passou apenas pela decisão surpreendente de deixar D'Ale no banco. O Inter foi envolvido pelo São Paulo, errou passes, articulou com lentidão e teve algumas figuras que mostraram dificuldades técnicas bem visíveis. Caso de Uendel, que talvez tenha encerrado sua trajetória no Inter no Morumbi, já que levou o terceiro amarelo. Sua discrição grita no ataque e incomoda na defesa.
Edenilson parece ter perdido o ímpeto com a frustração na Copa do Brasil. Heitor precisa ser blindado por um time organizado. Parede é esforço puro, e Neilton, empenhado. Só que para aqueles lugares a exigência vai muito além disso. Essa soma toda fez o Inter patinar no Brasileirão.
Menos mal que a sorte bafejou o clube, já que Flamengo e Athletico-PR fizeram o G-6 virar G-8. Não fosse isso, a Sul-Americana e as fases iniciais da Copa do Brasil seriam o destino. E não ficaria mal pelo tamanho do futebol apresentado pelo Inter.