O Inter anunciou Eduardo Coudet como novo técnico. O argentino vai assumir o comando da equipe a partir de janeiro. Com o treinador, o torcedor colorado deve esperar um time agressivo e com futebol bastante ofensivo.
Se a reclamação com Odair Hellmann era de uma postura defensiva em muitos momentos, com Eduardo Coudet os torcedores deverão ver uma equipe bem diferente. O estilo de jogo do argentino, no entanto, também gera riscos.
O esquema preferido de Eduardo Coudet é o 4-1-3-2. Na linha defensiva, ele exige que, pelo menos, um dos zagueiros saia jogando com condução de bola. Em relação aos laterais, cobra que eles tenham vocação ofensiva. No momento da saída de bola, o primeiro volante recua entre os zagueiros para fazer a chamada saída de três, que permite o avanço simultâneo dos laterais. Em entrevista ao jornal argentino La Nación logo que assumiu o Racing, Coudet deixou claro que, na sua visão, uma equipe grande deve se acostumar a correr riscos.
— Nos times grandes, os laterais devem atacar e os zagueiros precisam saber jogar no mano a mano. Os laterais precisam atacar porque são chaves para as vitórias. É assim que se abre as defesas — citou.
No meio-campo, Coudet exige muita intensidade do seu quarteto. O primeiro volante deve, além de marcar, ter capacidade de armação com bom passe e fazendo muitas vezes uso dos lançamentos longos. Na linha de três jogadores do setor, os homens do lado precisam fazer diagonais para compensar a ausência dos extremos. Eles é quem devem se aproximar dos laterais para buscar as tabelas e as triangulações com as chegadas aos atacantes.
Eduardo Coudet não abre mão de jogar com pelo menos um meia-armador, o chamado "enganche" pelos argentinos. Esse meio-campista, porém, não deixará de ter funções defensivas quando a equipe estiver sem a bola.
— Todos devem correr. O "enganche" também precisa correr igual aos outros três meio-campistas. Se eu peço que ele faça sombra ao adversário? Não, não tem de fazer sombra, deve marcar e roubar a bola — disse Coudet na mesma entrevista ao La Nación.
O ataque
Assim como Jorge Jesus tem feito no Flamengo, Eduardo Coudet deverá montar o Inter com dois atacantes, diferentemente da maioria dos times do brasileiros, que jogam com apenas um homem no referência nos esquemas 4-1-4-1 e 4-2-3-1 (os mais usados no país).
No seu 4-1-3-2, Coudet pede que os atacantes partam de um posicionamento junto aos zagueiros adversários para gerar profundidade. Em muitos momentos, porém, eles devem recuar para fazer a combinação das jogadas e gerar espaço para as entradas dos meio-campistas e também dos laterais. Coudet aproveita muito as jogadas forçando o pivô do centroavante, algo que Paolo Guerrero costuma fazer muito bem.
Como defende
Eduardo Coudet é um treinador que aposta muito na pressão logo após a perda da bola. Dessa forma, ele cobra que seus jogadores busquem a retomada já no campo de ataque. É comum ver os atacantes e meio-campistas dos times do argentino aparecerem com alto número de desarmes nas partidas.
Para fazer essa pressão, Coudet exige que sua defesa jogue com linha alta. É uma forma de manter o time compactado tanto para defender quanto para atacar após recuperar a bola.
Um possível Inter de Coudet com o atual elenco