De volta ao time após 43 dias fora de ação, devido a dores no púbis, Nonato atuou os oito minutos finais no empate do Inter com o Corinthians. Porém, saiu de campo com status de titular. O técnico Zé Ricardo sugeriu que o meia estará de volta ao time titular para enfrentar o Fortaleza, neste domingo (24), no Beira-Rio. Zé Ricardo conhece bem o adversário, afinal, comandou a equipe cearense durante sete jogos, antes do retorno de Rogério Ceni ao clube. A sequência de jogos em casa, com Fortaleza e Goiás, poderá ser fundamental para que o Inter obtenha a classificação à Libertadores.
Lançado por Odair Hellmann, Nonato, 21 anos, mostrou bom futebol e passou a ser cogitado para o time titular. A expulsão aos 28 minutos do primeiro tempo no Gre-Nal dos reservas — válido pela fase de classificação do Gauchão, quando cometeu repetidas faltas em seu amigo e ex-colega de São Caetano, Matheus Henrique — fez com que as oportunidades minguassem. Nonato ainda não parecia estar maduro para assumir as responsabilidades de ser titular. O Inter, com um jogador a menos, acabou perdendo o clássico. E Nonato ficou momentaneamente marcado.
Quase dois meses depois, entre idas e vindas em times mistos ou reservas, Nonato foi titular na partida contra o River Plate, em Buenos Aires. Já classificado, o Inter de Odair preservou alguns titulares em Nuñez, mas o bom desempenho de Nonato mostrou que o cartão vermelho no clássico havia ficado para trás. A partir do jogo na capital argentina, válido pela última rodada da fase de grupos, Nonato chegou a ter uma sequência de 11 partidas como titular do Inter. Na maioria das vezes atuando no lugar de Patrick, formando o meio-campo com Rodrigo Lindoso, com Edenilson e com D'Alessandro — mas também substituindo em outras ocasiões ao próprio Edenilson, a D'Alessandro e a Nico López. Esse período coincidiu com a lesão no joelho de Rodrigo Dourado, que encerrou prematuramente a temporada do capitão do Inter.
— Todos ficamos felizes pelo que vem acontecendo com Nonato. Ele vem tendo uma evolução em todos aspectos, jogando um futebol de qualidade, participando de todos os momentos do jogo. Às vezes, vão surgir experiências novas, mas está preparado para receber as oportunidades. As situações dos jogos vão servir de aprendizado. Ele tem muito a mostrar, é um jogador de refino técnico — disse Odair, à época.
Com o retorno de Nonato, uma série de possibilidades se abre ao técnico Zé Ricardo. Afinal, o cabeludo meia já demonstrou ter condições de desempenhar todas as função do setor.
— Nonato é titular, vem demonstrando isso o ano todo. Quando não começava, entrava no decorrer da partida. Com o elenco que tem, o Inter pode jogar de várias formas. Inclusive com D'Alessandro. Vamos destrinchando isso durante a semana para definir o time que jogará com o Fortaleza — afirmou Zé Ricardo, após o empate com o Corinthians, na Arena Itaquera.
Antes da parada devido às dores no púbis, Nonato havia assumido a vaga de titular do meio-campo, no lugar de D'Alessandro, que se recuperava da lesão muscular que o afastou até mesmo da finalíssima da Copa do Brasil. Uma das últimas formações de meio-campo de Odair Hellmann contou com Lindoso, Edenilson, Nonato e Patrick.
— Por vezes, Nonato me lembra muito o Matheus Henrique, do Grêmio — entende Claiton, ex-volante do Inter e ex-camisa 10 de Flamengo e de Santos, citando a dupla de meias do time sub-20 do São Caetano de 2017. — Nonato é um cara voluntarioso, dinâmico, e quem pode rejuvenescer o meio-campo do Inter — acrescentou.
A terceira onda da titularidade de Nonato poderá ser uma ponte para o time de Eduardo Coudet. O argentino, que será o técnico do Inter a partir de janeiro, já foi informado que o jovem meia é uma das promessas do clube. Em setembro, o Inter desembolsou mais R$ 2,5 milhões para comprar 40% dos direitos de Nonato ao São Caetano — totalizando 50% dos direitos do jogador; 10% pertencem ao próprio Nonato, e os demais 40%, ao São Caetano.
— Nonato se destaca mais pelas ações ofensivas do que pelas defensivas. Com média de 89% de acerto nos passes, é um dos meias com maior qualidade nesse quesito no grupo, além da mobilidade e da boa visão de jogo — observa Gustavo Fogaça, comentarista da Dazn e analista de desempenho. — A ideia de um 4-3-3, com base alta, tendo Lindoso no vértice, na frente dos zagueiros, com Nonato e Edenilson à frente, dando suporte e permitindo o jogo apoiado com os homens de lado, além do centroavante, é boa. Nonato é, por incrível que pareça, um volante que colabora mais na construção que na destruição. E isso demanda compensações do time na hora de se defender — agrega Fogaça.
Diante do Fortaleza, com mais uma semana de treinos pela frente, é provável que Nonato surja como titular do time de Zé Ricardo. O técnico do Inter já deu mostras de preferência por um time mais solto, porém, até então ele contava apenas com Neilton, Wellington Silva ou Guilherme Parede como alternativas ao meio-campo. Agora, com Nonato, alguém que marca e que tem talento para armar e também atacar, o mundo de Zé Ricardo no Inter parece ganhar um novo elemento. Nonato é tendência neste momento no Beira-Rio.